Melancolia positiva

Vários problemas de saúde,

o meu corpo, a vida tem vestido.

Vestes que, de certa forma, amiúde,

as escondo no meu ser extrovertido.

Mas esta peça, perturbou-me a quietude.

Mostrou-me um sentir que nunca tinha medido.

Uma sensação que pela sua amplitude,

espero expulsar deste corpo enfraquecido.

Hoje, respiro uma melancolia positiva,

porque acredito que a vida é uma dádiva,

e que eu sou um privilegiado.

Amanhã, espero vivê-la de forma assertiva,

e que estes temores sejam a prerrogativa,

para um futuro próspero e abençoado.

Com uma lágrima me despeço

Com uma lágrima me despeço,

acredita, que sem o querer.

Mas a distância que te peço,

é essencial para a procura do meu ser.

Essa busca interior terá o seu preço.

Um custo que, no entanto, me fará sobreviver.

E se esta lágrima for o começo,

que no fim, em outras lágrimas te volte a ter.

Pelo canto do olho ela começou deslizando,

como na neve escorregam as crianças.

E o medo de a ver cair vai-se dissipando,

enquanto o teu último beijo me for deixando,

mais do que simples e vãs lembranças,

aqueles momentos que minha alma, continuarão aliciando.

Assim seja

Se as melhores lutas
são aquelas que evitamos,
porque razão continuo a lutar,
por na tua vida querer ocupar,
um espaço onde nos possamos
amar, se nem meu coração escutas?!?

Proferes palavras como cansaço,
para justificares a tua distância.
Não passas de uma madalena arrependida,
que agora me afasta da sua vida,
apresentando como defeito uma arrogância,
outrora camuflada pelo calor do seu abraço.

Sinto que ando a gastar energia,
num amor que se apresenta esgotado,
e desejoso do fim beijar.
Pois se em mim, já nem procuras estar,
demonstras que para ti, tudo, está acabado,
e que as nossas memórias serão pura nostalgia.

E parto sabendo que servi o teu intento,
vivendo-te numa adolescente heresia.
Um dia! recordarei esse uno amor.
E, hoje, sem qualquer espécie de rancor,
despeço-me através da poesia,
sabendo que te dei cem por cento.

Seguirei a tua decisão.
Eu também não vejo razão,
para continuar a exercer pressão,
sobre o teu, distante, coração.

Partirei … pois então.