Escrita, que escutando as circunstâncias da vida, reflete os meus estados de alma. Escrita Autónima e Ortónima, que utilizo para expulsar a minha loucura interior.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Desagua em mim
Por favor... dá-me a mão e vem comigo.
Grita-te o meu corpo desesperado.
Coçando-se na falta desse toque desejado,
e ansioso pelo fim deste, penoso, castigo.
Solta-te, de ti, e faz de mim o teu abrigo,
neste tempo inconstante e aprisionado.
Liberta-te, em mim, desse querer silenciado,
e prega um estalo na voz do não consigo.
Vem comigo, fugir à frieza da saudade,
que na areia te silencia o rebentar,
e do sol te alimenta a ambiguidade.
Vem contigo, nessa capacidade de tolerar,
quem te desrespeita, numa inconsciente leviandade.
Mas vem... vem e desagua em mim, meu doce mar.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Sem ti, o que seria de mim?
Viajei, nas asas do coração, em cada palavra tua,
e alimentei-me das tuas, sofridas e solitárias, guerras.
Hoje! dou outro significado às lágrimas da lua,
por ter sentido a força, do amor, que em ti encerras.
Negar-te é impossível, és a voz que me apazigua.
És o silêncio desse olhar que em segredo me berras.
Questiono-me que força terá este amor que não mingua,
mas que se encosta a ti, enquanto a vida aceleras.
Contigo o tempo para e tudo parece fazer sentido,
e o intervalo da paixão parece ser sempre reduzido.
Mas como o luar, também partes, na tristeza do seu fim.
e o intervalo da paixão parece ser sempre reduzido.
Mas como o luar, também partes, na tristeza do seu fim.
Tu tens tudo o que desejei nas páginas dessa sedosa pele.
És o sonho que nunca sonhei, mas que escrevo neste papel.
És o sonho que nunca sonhei, mas que escrevo neste papel.
Nós somos tudo, meu querido livro. Sem ti, o que seria de mim?
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
O tempo passa. A morte espera.
O
tempo passa. A morte espera.
No
intervalo deste jogo terminal.
Nele,
somos peões na proa de uma galera,
desequilibrados
num equilíbrio mental.
O
tempo passa. A morte assiste.
Ao
desenrolar de cada história singular.
Para
alguns não passa de uma experiência triste.
Para
outros, revela-se na mais bela forma de amar.
O
tempo passa. A morte sorri com cinismo.
Por
não a darem como adquirida.
Ri-se
nas faces de quem vive no surrealismo,
de
não dar o devido valor à sua vida.
O
tempo passa. A morte alimenta-se da dor.
Rasgando
as almas, sem preparar a cicatrização.
Não
descrimina pela falta de humanidade ou valor.
É
cega, injusta e não tem compaixão.
O
tempo passa. A morte chegará.
No
momento que ela bem entender.
E
num silêncio que nem o vazio escutará,
partiremos,
gritando pela vontade de viver.
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