quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ladrão do silêncio


Giro à volta de ti, com a velocidade de um tornado,
sucumbindo à dança da sedução do teu olhar.
Perto de ti, sinto-me pelo, verdadeiro, amor velado,
com a mesma intensidade dessa coluna de ar.

Levaste-me, num todo, para o teu canto imaculado,
e fizeste de mim, um servo dessa forma de amar.
Pois se no amanhecer,  me encantas com o teu ar apaixonado,
ao anoitecer, seduzes, no saudosismo do teu beijar.

Envolveste-me na dependência de um vicio,
que julguei nunca poder vir a sentir.
Uma espécie de desejo que se quer vitalício.

Uma vontade ébria que te bebe num sorrir.
Contigo, sinto-me o ladrão do silêncio,
que jamais me impedirá deste amor te admitir.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Quantas vezes


Quantas vezes, querida, já te senti,
nesta saudade presente e hedionda.
Quantas vezes, por amor, me esqueci,
de ser o teu cavaleiro da távola redonda.

Quantas vezes, este coraçao te ronda,
na sofreguidão de te ter só para si.
Quantas vezes, em palavras, te sonda,
para se recordar do que me esqueci.

Saudade que sinto presa em mim,
Por a esta ansiedade nao dar um fim,
digno de um príncipe enamorado.

Vontade que me invade como louca,
Na ânsia de se perder na tua boca,
para terminar, fundida, nesse corpo alado.



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Reflexões sobre a Amizade


Hoje em dia vive-se num negócio de amigos,
onde num ápice se chateiam e se tornam em inimigos.
Interessa conhecer para saber agradar,
pois um dia talvez nos possam vir a ajudar.
Destes, também eu os vou tendo, mas em pequena escala,
mas afasto-os mais rápido que a velocidade de uma bala.
A maioria de nós, humanos, na sua imprudência,
gosta de julgar o amigo na fraqueza da sua negligência.
Acredito que apenas não o faça nem sequer o diz,
por respeito à susceptibilidade de não o querer fazer infeliz.
Confesso, que não sou muito assim, e prefiro que me acusem de altivez,
mas prefiro ser amigo na grandeza do seu valor do que no sarcasmo da sua pequenez.
Tento ser, à imagem dos meus pais, sempre, uma pessoa de bem,
mas sei que irei errar e, ao longo deste caminho, desiludir alguém.
E nessas alturas, sei que é nos amigos, que se encontra a harmonia,
pois sois vós a bengala que me levanta nas quedas desta ironia.
A família é importante, mas não chega para nos levantar.
Daí a necessidade da amizade, e de tudo o que ela possa representar.
Junto de vós, consigo sempre sorrir e até chorar sem a vergonha me aborrecer.
Só convosco, a vida faz sentido. Só convosco, aprecio o meu viver.
Agradeço a vossa existência. Agradeço esta nossa aliança.
Que a vida nos preserve o respeito e este espirito de confiança.
E nas alturas que a sociedade nos quiser tirar a tranquilidade,
lembremo-nos que, só apenas, juntos, podemos restaurar a honestidade.
Não a negligenciemos, nem a deixemos escapar do coração,
porque ao mais pequeno deslize, estamos, fechados, no quarto da solidão.
Sou um indivíduo de amigos. Sem vós, sinto-me vazio, perdido, sem calma.
Não! Não o vejo como carência, mas sim como um aconchego para a alma.
Escrevo-vos com admiração, carinho e sem qualquer tipo de pudor.
Escrevo-vos para que sintam que o me dão, a vós volta em partículas de amor.
A vida colocou-nos no mesmo trilho, e deu-nos a virtude desta cumplicidade.
Obrigado por em mim existirem e por me darem estas reflexões sobre a amizade.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A irrevogável leveza do meu ser


A leveza do nosso ser no desafio que é viver,
é algo que só se alcança com o avanço da idade.
É saber perdoar, bem como os outros compreender,
e aprender a não julgar, mesmo na ambiguidade.

Pelo caminho, muitas vezes nos iremos perder.
Cometendo erros, próprios da ansiedade da imaturidade.
Mas se nos levantarmos e procurarmos nos conhecer,
mais facilmente amamos a vida e respeitamos a liberdade.

Nascemos livres e presos a um cordão de amor,
que procuramos transmitir geração após geração.
Mas para isso, teremos de construir um mundo melhor,

em que respeitar o próximo não seja uma obrigação,
e onde o ser humano deixe de ser o seu próprio predador,
e aprenda que o amor é uma flor, que se alimenta do perdão.

* Inspirado pelas palavras do meu Amigo Miguel Damas.
   Abraço.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Grito mudo


Esses lábios.
Esse medo.
Que tens,
de me possuir,
em segredo.
Essa pele.
Esse odor.
Que me encanta,
e me mergulha,
nas ondas desse amor.
Esse olhar.
De ternura.
Esse sorriso,
que nos embeleza,
a puta da loucura.
Tu.
Eu.
Somos.
Tudo.
Tu.
Eu.
Somos.
Um grito mudo.