quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Corações de queijo


Acordava-te, agora, da dormência,
ao toque suave de um beijo.
Possuía-te numa demente cadência,
despertando o teu mais secreto desejo.

Cega pela beleza do momento,
visualizas para lá do teu bloqueio mental.
Deixas-te levar pelo remoinho do vento,
tornando-te num furacão sexual.

Liberta e alimentada da ausência,
que esburaca a paixão de despejo.
Borbulhas na vontade da efervescência,
e saras estes dois corações de queijo.

Oh Mulher! Faz de mim, teu alimento.
Transforma-me na tua sede imperial.
Acorda-me tu, deste letárgico sentimento,
de não te poder ter, sabendo que és a tal.

Acorda-me desta realidade,
dura demais para ser verdade.
Acorda-me …


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A vontade de ir além


Agora percebes a loucura dos poetas,
quando questiono o meu altruísmo.
Dou por mim nas asas das borboletas,
a esvoaçar sentires, imbuídos de malabarismo.
Acrobacias viciadas em loucuras concretas,
alimentadas por um amor cheio de simbolismo.
Habilidades desenhadas, na tinta das canetas,
em palavras que morrem na vida deste cinismo.

Agora percebes a loucura dos poetas,
e a vontade de ir para além dos limites forçados.
Aquele largar tudo por uma, estranha, força interior,
que nos impele para os lábios dos nossos apaixonados.

Agora percebes a vontade de ir além,
que tantos poetas tatuaram na sua dor.
Aquele desejo de largar tudo por alguém,
que finalmente nos fez descobrir o amor.
Um amar tão forte que nos marca como ninguém,
numa felicidade repleta de sorrisos e de cor.
Mostra-nos que o amor é algo que estará sempre aquém,
da vontade que existe na mente de qualquer escritor.

Agora percebes a vontade de ir além,
e quebrar o silêncio destes clamores amarrados.
A descoberta de que o que sentimos é-nos superior,
e que a vida nos privilegiou com estes sentimentos encantados.

Agora percebes a loucura desta vontade,
tantas vezes repetida na ilusão da literatura,
e de te entregar as chaves da minha felicidade,
Agora percebes a vontade desta loucura,
que deseja passar as fronteiras da lealdade,
para se entregar ao amor, na sua forma mais pura.

Agora!
Sei … que percebes.