terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os nadas como eu


Existem coisas que à cabeça,
sabemos que jamais iremos ter.
Pensamentos, que por mais que se peça,
a mente insiste em querer esquecer.

A dor transforma-se em conformismo,
e o conformismo num amargo eufemismo,
em todos os nadas como eu.

E agarramo-nos ao nada como se fosse tudo,
numa dependência que constantemente nos grita.
Grilhões que se escondem na lisura do veludo, 
e que nos fecham nestes sentir hipócrita.

A dor transforma-se em conformismo,
e o conformismo num amargo eufemismo,
em todos os nadas como eu.

Mas esse nada não passa de um grito mudo,
e a coragem que em ti habita,
há de te proteger como um escudo,
dando-te a força que a tua alma necessita.

E então, a solidão transformar-se-á em inconformismo,
e a passividade não passará de um mecanismo,
que impulsionará todos os nadas como eu.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Como algo tão lento pode ser tão rápido



A última vez que o partilhei,
estava feliz por o entregar,
a alguém em que me amparei,
e que ao escutar, valor à vida soube dar.

A beleza da sua passagem,
só rivalizava com a vista do mar,
que as janelas daquela miragem,
ofereciam ao meu gracejar.

E naquele tom plácido,
com que gosta de conversar,
disse, inspirando a minha caneta,
como algo tão lento pode ser tão rápido.
Falando da sua ampulheta,
que na mesa observava o tempo a passar.

Do tempo falo, porém ainda não sei,
como, em mim, o aprenderei a controlar.
O que sei é que com ela, para lá caminharei,
ouvindo no seu tempo, lições que procuro interiorizar.

E um dia, em vida, espero prestar-lhe homenagem,
daquilo que, continuamente, insiste em me ensinar.
E que esse relógio de areia, seja a última imagem,
que veja, quando o meu livro deixar de desfolhar.


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A autenticidade do firmamento




Não me apetece ser o que não sou,
apenas por interesse ou demagogia.
E através da insularidade da morfologia,
sempre me adjectivei como singular,
mesmo que a pressão do teu julgar,
me impusesse um caminho para onde não vou.

Não vou, não porque seja o trilho errado.
Mas simplesmente porque dentro de mim,
não sinto, que ele encerrará o fim,
das minhas procuras constantes de melhorar,
e de, hoje, agora, me encaminhar,
para um destino distinto deste meu fado.

Agradeço-te, porém, todo o teu ensinamento,
mas encontrei alguém mais sapiente.
Alguém que me escuta, sem ser conveniente.
Alguém que faz do tempo um bem precioso,
enquanto me fala num tom único e carinhoso.
Enfim, indica-me para a autenticidade do firmamento.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cascais


Amar-te nunca é demais,
dir-te-á a brisa ao ouvido.
Palavras que te inspiram, Cascais,
a ser a flecha de um qualquer cupido.

Vila de vários encantos naturais,
que despertam o ser mais extrovertido.
E ao seu mar e vastos areais,
confessam juras que para si têm mantido.

A tua beleza a todos seduz.
O teu feitiço é inquebrável.
O teu sol projeta a luz,

num piscar de olhos afável,
que com harmonia nos conduz,
ao recordar daquele amor inolvidável.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Tanto (Pablo Álboran) - A minha versão


Ensina-me a voltar a amar.
Quero ver-te e adormecer nos teus braços.
Sussurrar-te ao ouvido, o desejo.

Se queres, tirar um tempo para pensar,
nos meus lábios, sorriso e traços,
eu espero, sem dúvida, porque sinto falta desse, beijo.

Agora,
que sinto falta de ti,
vejo que te amo tanto e sinto-o tanto.
Agora,
que parei e refleti,
não quero viver sem ti.
Assim...

Vamos esquecer esta dor.
Desprezarmos o tormento.
Seduz-me … e vamos fazer amor,
e à eternidade roubar o momento.

Por muito que queira calor,
acredita na pureza deste lamento.
Irei pintá-lo sem pudor,
como se pinta a beleza do sentimento.

Agora,
que sinto falta de ti,
vejo que te amo tanto e sinto-o tanto.
Agora,
que parei e refleti,
não quero viver sem ti.
Assim...

Tu, que me ensinaste a ser sincero,
sem receio que a mentira, traísse a nossa magia.
Tu, que sempre estiveste presente,
quando a minha própria mente,
se queixava desta ironia.

Tu, que me ensinaste a não ser austero,
e olhar para a vida com imensa alegria.
Tu, que nunca estiveste ausente,
quando esta alma carente,
te chamava em agonia.

Agora,
que sinto falta de ti,
vejo que te amo tanto e sinto-o tanto.
Agora,
que parei e refleti,
não quero viver sem ti.
Assim, assim, assim …
Assim, assim, assim …
Assim, assim, assim …
Sem ti.