terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Para Sempre





O tempo passeia-se pelo tempo, devagar,
enquanto se espera pela sua chegada.
Espera-se, na ansiedade de que esse esperar,
nos traga, para sempre, a felicidade desejada.

Os minutos passam. As horas mergulham.
Nos dias que se vestem dessa ansiedade.
As manhãs misturam-se, nas tardes que embrulham,
as noites de solidão sem aquela cara metade.

Adormece-se naquela voz que nos faz embalar.
Acorda-se no toque que nos encantou na madrugada.
Memórias que, dia após dia, nos fazem sonhar,
pelo momento em que, para sempre, ela seja a nossa amada.

Sonhos, que mantém vivos os que acreditam,
que o amor acontece e que é uma realidade.
Imagens que desejamos que não se repitam,
nessa espera que nos impede de a vivermos de verdade.

Eu ainda acredito na eternidade do amar,
mesmo que se viva numa dualidade amargurada.
Acredito, que um dia o verdadeiro amor se irá apresentar,
e, para sempre, o viverei numa entrega apaixonada.



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vestida por esse corpo nu


No meu sonho, a água corria,
numa tarde quente, e numa temperatura fria.
Ao senti-la invadir-me a pele,
arrepiei-me numa frescura mais que apreciável.
De frente para mim, encontravas-te tu,
feliz e sedutora, vestida por esse corpo nu.
Nele, o meu, tinha acabado de voar,
para além das fronteiras deste sonhar.
Momento tecido por uma entrega animal,
onde um desconhecido te dominou, num jogo divinal.
Teus cabelos e pescoço, meu olfacto saboreava,
enquanto teu corpo percorria e ensaboava.
Tremia, e não era da água fria, mas sim do prazer,
de te estar a banhar após ter acabado de, em mim, te ter.
Sorria, porque nunca julguei que o inicio desta viagem,
fosse algo que não passasse de uma miragem.
Sem me aperceber, tínhamos trocado de posição,
e agora dominavas tu este jogo de sedução.
Deixei-me levar por essas mãos de ternura,
e num ápice tínhamos alcançado a loucura.
E assim, termino, e sem ser em demasia,
a realidade, que em ti vivi, através desta fantasia.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A mente


A mente que mente,
porque só tem mente,
e não tem coração.
É a mente que não sente,
precisamente porque mente,
quando se refugia na razão.

A mente que se julga diferente,
por sentir que se torna omnipresente,
na altura de tomar uma decisão.
É a mente, e só ela, a mente,
que te empurra para um demente
dever, e nele te atira ao chão.

A mente que aparentemente,
te mente de forma benevolente,
quando te alimenta a ilusão.
A mente, essa louca inconsciente,
que te mente constantemente,
em palavras desenhadas pela pressão.

A mente, mente, sem razão, porque o coração não mente.