Escrita, que escutando as circunstâncias da vida, reflete os meus estados de alma. Escrita Autónima e Ortónima, que utilizo para expulsar a minha loucura interior.
sábado, 29 de outubro de 2016
Tenho saudades tuas
Num pássaro de corda oiço o vento,
em busca de um carneiro selvagem,
numa canção soletrada de talento
por um Murakami único na linhagem.
Invento um sonho, repleto de coragem,
tal como a rapariga do seu argumento.
Nele, revejo em mim, a solene imagem
de um Homem preso àquele momento.
E se em 1Q84 li uma realidade paralela
numa saudade sob a luz de duas luas.
Em 2016, vivo uma dualidade sentinela,
num amor que abraça duas almas nuas,
enquanto leio na tua, lacrimejada, janela
uma voz a chorar: Tenho saudades tuas.
Fotografia: Paula Silveira da Costa
sábado, 22 de outubro de 2016
Olhar anti-inflamatório
Quando as dores se tornam insuportáveis
o corpo sente-se de esperança despejada.
A alma é invadida de mágoas irreparáveis
em espasmos de uma tristeza continuada.
Os dias amanhecem vagos e implacáveis
adormecidos por uma realidade obrigada.
Os sorrisos, esses, tornam-se manietáveis
perante o entorpecer da Vida apresentada.
Ultimamente ouço-a gritar, silenciosamente,
palavras escritas por um amor ambulatório
que se quer ouvir neste amordaçar da mente.
Exausto, perscruto um horizonte exortatório
tentando dar ao coração uma visão diferente
sob o efeito desse teu olhar anti-inflamatório.
Fotografia: Paula Silveira da Costa
adormecidos por uma realidade obrigada.
Os sorrisos, esses, tornam-se manietáveis
perante o entorpecer da Vida apresentada.
Ultimamente ouço-a gritar, silenciosamente,
palavras escritas por um amor ambulatório
que se quer ouvir neste amordaçar da mente.
Exausto, perscruto um horizonte exortatório
tentando dar ao coração uma visão diferente
sob o efeito desse teu olhar anti-inflamatório.
Fotografia: Paula Silveira da Costa
terça-feira, 11 de outubro de 2016
Mural prisão
Observo-te rio que desaguarás no mar
e só oiço tristeza a invadir-me o olhar.
Nas tuas ondas vi pessoas serem usadas
num não querer de vontades descartadas.
Vi promessas eternas de um amor em vão
rasgadas no sangue que te escorre na mão.
Porém, ainda adivinho amor nesse coração
por mais que me quede nesta mural prisão.
Os teus braços desaguam neste corpo aflito
por mais que a distância se dispa num grito.
Mas tu não o ouves. Já não queres escutar.
E segues na corrente destinada a olvidar.
As vidas seguirão de saudades ostracizadas
nas vagas das memórias… por ti afogadas.
Enquanto o espírito, esse insarável proscrito,
te osculará num qualquer poema escrito.
Fotografia: Paula Silveira da Costa
Fotografia: Paula Silveira da Costa
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