segunda-feira, 30 de abril de 2012

Esperança



Amar alguém como te amo a ti,
é mais profundo que o abismo.
É mais doce que chocolate.
é mais determinante que um xeque-mate,
que no tabuleiro provoca o sismo,
a quem perde e sente a frieza do fim.

Não te assustes com o meu amar.
Ele é tão terno e tão belo.
Ele é puro como uma criança.
E é nos pratos da balança,
que ele sente o teu zelo,
e desequilibra-se na infelicidade de em teu corpo não estar.

Talvez o tempo te ajude a compreender,
o que sempre te quis dar,
o que tentei te oferecer.
Limito-me a viver e a sofrer,
por não poder, na plenitude, te amar,
mas continuo, na esperança de te voltar a ter.
 

Tudo por ti!



Posso ser rabujento.
Posso ser queixoso.
Posso até falar demais.
Mas para ti!
Nunca fingi meu sentimento.
Nunca, no sentir, fui medroso.
Nunca neguei ao amor, seus sinais.
Tudo por ti!
 

domingo, 29 de abril de 2012

Sorríamos, pois então



Hoje celebra-se mais um dia mundial,
por uma expressão que começa a desistir,
das faces de quem constroi este Portugal,
gerido por governantes dificeis de digerir.
Eles bem tentam roubar o sorrir,
a este povo obediencial,
que na submissão se deixou dormir,
esquecendo-se que a sua vida é especial.

Enfrentemos mesmo assim com um sorriso,
as dificuldades impostas pela incompetência,
das decisões de um líder fraco e indeciso,
que nos vai esgotando a paciência.
Mas nós somos um País em potência,
que engana a dificuldade com o improviso,
gente inteligente e cheia de competência,
que vive à décadas uma vida de sobreaviso.

Sinto que vivemos em contenção social,
à espera do rastilho certo para explodir,
sentimentos de uma revolta salarial,
que mal paga esta vida, cada vez mais, dificil de gerir.
Preparemo-nos para dificuldades sentir,
agarrados aquele sorrisso imparcial,
que dentro de nós deve implodir,
para mostrarmos à vida o nosso lado genial.

Sorríamos então, perante este tempo, que friso,
nos tornará um povo com mais persistência.
Sorríamos, como se sorrir fosse um aviso,
que devemos usar contra a concorrência.
Acreditem em vós, e não na aparência,
dessa liderança assente num discurso impreciso.
Procurem soluções na vossa polivalência,
e partam em busca do vosso paraíso.

Tristezas não pagam dividas, costumo dizer,
quando quero seguir em frente.
Por isso, sorriam sempre, buscando no vosso ser,
a força de vontade que vive na vossa mente.

Se for preciso, inspirem-se na força do sorriso.
 
* Dia Mundial do sorriso

sábado, 28 de abril de 2012

Vem connosco Dungar


Jimdungo, somo nós, rockamos até partir.
Para ti queremos tocar, e eu a cantar,
emoções quero-te fazer sentir,
seja aqui ou em qualquer lugar.

Nosso nome serve para apimentar,
sensações que em ti queres descobrir.
Sentimentos que desejas revelar,
quando a nossa música começas a ouvir.

Se desejas beber um copo e se te apetece curtir,
esquece a crise, sai de casa, passa num bar.
Estaremos por aí para te divertir,
aparece, vem connosco dungar.

São noites que te podem inspirar,
ou simplesmente a refletir.
Noitadas servidas ao jantar,
por esta banda que insiste em resistir.

Anos e anos sempre a rolar,
por estradas e bares a investir,
num prazer onde só a loucura pode entrar.
Gozo que simplesmente persiste em existir.

Se desejas beber um copo e se te apetece curtir,
esquece a crise, sai de casa, passa num bar.
Estaremos por aí para te divertir,
aparece, vem connosco dungar.

Estados de almas aparentemente sós,
que insisto em quebrar com a minha voz.
 
* Dedicado aos Jimdungo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

E nesse dia ...


Aqui estou,
afundado,
sem vontade de viver,
porque infelizmente ao te ver,
renascem as marcas no meu coração magoado.
Mas sabes que no meio de tanta fraqueza,
por ter-te querido Amar,
e de não estar a saber lidar,
com o teu desprezar,
tenho esta certeza.
Um dia, aquando da minha morte,
sei que te sentirás mal,
por meu coração teres tratado tão mal.
E nesse dia.
O tal.
O do meu adeus final.
Saberei que sentirás esta dor,
e saberás o que é o Amor.
E eu direi finalmente em paz: Que sorte!
Ela deixou de ser fria e armada em forte.
 

Tu não mereces sofrer


Sou–te mesmo insignificante.
Cada vez mais tenho esta certeza.
Pois neste momento,
Vejo que me tratas como o vento,
indeciso e perdido na tristeza,
de algo frágil e hesitante.

Pedi-te carinho, quando me senti perdido.
De nada isso serviu.
Pois apenas esmoreceu,
aquilo que o teu coração pouco me deu,
e que o meu nunca viu.
O Respeito por um amor impossível, mas sentido.

Vejo que nada te restou,
nesse coração sem amor,
(por mim) eu já sofri demais,
por alguém que não me quer mais,
que despreza o meu amor,
e que me mostra que nada sou.

Na procura do completo, houve um Homem,
que na sensação de algo enorme,
Procurou dar-te o que nunca tinha sido,
sem saber que iria ficar perdido,
nas memórias de uma dor uniforme,
que o atormentam, que me consomem.

Oiço uma mente dizer: Tu não mereces sofrer.
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A minha gente


A vida rodeia-se de pessoas,
que nos vão marcando a personalidade,
umas de índole dúbia, outras boas,
cujo contato nos fazem crescer com a idade.

Esta semana tive o privilégio,
de lidar com gente boa, a minha gente.
Pessoas marcadas pelo sacrilégio,
de uma sociedade negligente.

Gente que apesar das contrariedades,
luta diariamente com uma vontade pujante.
Procurando um amanhã sem ansiedades,
que lhes permita sorrir de uma forma constante.

Tratam com a mesma franqueza,
desde o mais simples até aquele que se intitula de doutor.
Ensinam quem os observa com delicadeza,
como a entrega ao trabalho é uma arte digna de louvor.

Gente de uma vontade felina,
que me reensinou a respeitar quem trabalha no duro,
e lidar com gente tão boa e cristalina,
fez-me encarar com melhores prespetivas o futuro.

Agradeço-lhes os momentos que vivi,
bem como o seu genuíno acolhimento,
onde jamais, poderei pagar o que aprendi,
pois não há preço para tal conhecimento.

Obrigado minha gente. E obrigado é muito pouco,
para expressar-vos a minha gratidão.
Mas garanto-vos que este amigo palhaço e louco,
vos guardará para sempre no coração.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não me arrependo ...


Com o olhar me seduzes,
para no teu corpo me deitar.
Com essas ancas me conduzes,
ao prazer eterno de Amar.

Com os teus braços tu me apertas,
após a dança no suor.
Com o teu peito me despertas,
as veias que irrigam o teu calor.

Com os teus lábios te entregas,
nos meus sem qualquer tipo de pudor.
Com o teu pescoço te esfregas,
em mim ... que julguei ser o teu Amor.

Com os teus atos me afastas,
de ti, eterno amor, longínquo e puro.
Com a tua mente te arrastas,
na réstia de partir esse coração duro.
Com tudo o que é teu e meu,
descobri a substância do amor. Da saudade.
No prazer, indicaste-me que o céu,
e descobriste uma mulher terna de verdade.

Com um obrigado me refugio,
na dor do teu corpo nu, deixar de ver.
E com um adeus triste e frio,
choro as memórias de não o voltar a ter.

Com Amor. Só no Amor.
Apenas com Amor te tratei.
Mas recuso viver na dor,
causada pela consciência de um nao sei.

Foi tudo por Amor. Não me arrependo ...
 

Alguém saberá o conteúdo desta palavra?


Amar!
Alguém saberá o conteúdo desta palavra?
Falo da sua substância.
Não do seu significado.
A mim custa-me decifrá-lo.
Sinto-o como uma amarra.
Será desejo de viver na sua ignorância?
Ou meramente vontade de usá-lo,
apenas na minha dor ou no nosso pecado.
Adorar!
Aqui está um conceito vago.
Aquele em que na noite te deitas!
Por medo de ao amor te entregares?
Não sei. Desconheço.
Tal como o conteúdo do Amar.
Esse que ao banhar-se no lago,
deseja lavar-se das suas maleitas,
e escorregar ao longo dos mares,
para no oceano se entregar.
Gostar!
Nestas letras te sinto melhor.
Mais calma. Tranquila como a respiração,
De alguém que medita.
Nelas te defendes da dor,
da impossibilidade do meu amor.
Da vergonha de viveres uma vida bonita.
Amar!
Dá-me prazer e faz-me Voar.
Faz-me esquecer e aviva-me o lembrar.
Contraditório. Talvez!
E não foi assim que o Amar se fez!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Nunca me esqueço de ti


Nunca me esqueço de ti.
Exclamaste tu no silêncio do corredor.
E de repente senti-me atraído para ti,
querendo sentir se o que ouvi,
eram palavras rasgadas com fervor.

Afinal és uma mulher apaixonada,
aos meus olhos pois então.
E naquele instante, do nada,
expressaste de forma falada,
o que escrevo com minha mão.
São meras palavras, eu sei.
Mas foram ditas na sinceridade.
Que momento belo, pensei!
E de imediato apontei,
o meu coração a essa verdade.

Nunca me esqueço de ti.
 

Grito do coração


Senti o meu coração a gritar,
quando ontem fiquei sozinho.
Chorei. Chorei tanto, que não me lembro,
de ver as lágrimas a secar.
Toda esta angústia, esta dor,
qual pássaro que perde o seu ninho,
deve-se a este sentimento a que me prendo.
Esta tua falta no amor.
De sentir que te amo,
sem sentir que só te sinto na dor.
Este grito do coração,
deixou-me destroçado.
Limitou-me a respiração,
d perpetuou-se num fado premeditado,
inspirado em canção,
que fala das renúncias e das perdas deste meu coração.
 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Basta um dia!





É o meu sentimento,
e não a minha opinião.
Pois apenas sinto que me desejas,
quanto te interessa ou não.
E nesses dias em que me beijas,
é que revelas o teu coração.
Mas isso passa rapidamente,
bastando passar um dia.
E é nesses infelizmente,
que me sinto porcaria,
daquela usada e fora deitada.
Sei que vives o momento,
sem pensar no coração.
 

Memórias


Sinceridade.
Empatia.
Amizade.
Pura alegria.
És e serás tudo isto.
Uma força da natureza,
Como eu nunca tinha visto.
Tens um dom. És a beleza.
Choraste por ti, por mim, por nós.
Foi a melhor prova de amor dada a uma só voz.
Fica em paz, anjo das trevas.
Não te voltarei a atormentar.
Mas nunca me esquecerei,
como foi bom poder-te Amar.
Memórias. Cegas.
 

domingo, 22 de abril de 2012

Faz-me um favor



Faz-me, para ontem, um favor,
e faz-me perder estes amuos,
alimentados na sede dos teus recuos,
que em mim me causam pavor.
Medos de um querer promíscuo,
que se confunde com o louvor,
de uma persistência que com fervor,
persiste na procura de um amor improfícuo.

Faz-me um favor,
e diz que me queres,
longe da tua vida,
focando-te na iris de meu olho,
para ver que o teu olhar,
me fala de forma sentida.

Busca antagónica de um desejo,
que me faz enlouquecer,
pois já não sei o que fazer,
quando não vivo em teu beijo.
Dependência que tento esconder,
e que por quem tanto eu rastejo,
por aquele momento em que festejo,
o amor dentro do teu ser.

Faz-me um favor,
e diz que é a mim que preferes,
nessa dúvida que te convida,
sabendo que é a ti que escolho,
sem nada ter que perguntar,
a esta alma por ti tanto despida.

Faz-te esse favor. Liberta-me.
 

Aprender na solidão



Estou dentro da minha solidão.
Tu perturbas-me … e sabes bem que o que não aconteceu me afetou.
Mas o pior são as perguntas que a minha mente me vai colocando.
Ter muitos porquês e nenhuns esclarecimentos, fazem-me mergulhar na solidão.
Mas eu sou assim, e ainda bem, pois não renego esta prisão que me invade.
Ela faz-me crescer e obrigatoriamente torna-me um ser melhor.
Tenho é de continuar a aprender o que ela me transmite no seu silêncio.
Apenas e só.
 

Último suspiro


Último suspiro.
Último pedido.
Tu o saberás dizer.
Mas tenho vivido,
demasiadamente dorido.
Facto que me tem morto o viver.
 

sábado, 21 de abril de 2012

Um nevão de sorrisos



Pessoas encantadas num delírio sorridente,
expressam gestos de uma euforia escondida,
que se liberta de uma depressão deprimente,
através desta meditação cómica sobre a vida.

E mesmo que a morte esta vida agrida,
e que o universo para o choro nos tente,
este espétáculo derruba qualquer mágoa retida,
despertando uma alegria, instantaneamente.

Braços erguem-se irreversivelmente,
numa dança coreografada, mas sentida,
procurando na neve, genuinamente,
agarrar uma gargalhada, tantas vezes obstruída.

Num nevão de sorrisos, esta noite esteve entretida,
direcionada a adultos, abertos a um show diferente,
criado por um palhaço que começa a ter a atenção devida,
Polunin de seu nome, esse artista irreverente.

E o mundo, pareceu belo, de repente,
quando ali alguma dor, ficou esquecida,
naquela oferta a uma alma, que merecidamente,
em sorrisos quis permanecer adormecida.
 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Consciência inconsciente


Perdes-me na tua consciência,
essa qualidade controladora da mente,
que te obscura intimamente,
e nos acorrenta à sua influência.
Grilhões que massacram amarguradamente,
a vontade de um desejo de aparência,
que se esconde numa desculpa que, avidamente,
se renova numa suave, e temporária, demência. 

Em si, abraça qualificações avidamente,
tentando perceber nas decisões, a clarividência,
da construção do todo no uno, simplesmente,
porque no intimo subentende a auto consciência.
E esta, antecipa-se à reflexão, num jogo viciado e demente,
em que ambas apesar de distintas, logicamente,
alimentam-se numa única e dúbia vivência,
de subjetividades e de sabedorias, obcecadamente.

Ela pode ser fenomenal na sua essência,
mas também processual, simplesmente.
Ou seja, é a condição de estar ciente,
ou a que vivemos em qualquer experiência.
E na prova, tua consciência inconsciente,
usou-me para colmatar uma carência,
que não vivias tão intensamente,
desde os tempos da adolescência.

Valores morais que tornam deprimente,
a vontade de uma voz, perturbante na sua violência.
Uma inquietude que nos derruba a sapiência,
que o tempo já nem se recorda, nitidamente.
Tempo que na almofada adormece rapidamente,
adivinhando sonhos que aparecem com frequência,
imagens de momentos que indevidamente,
rasgaram duas almas tocadas pela decência.

A consciência é uma particularidade da mente,
que nossos atos obscuros, em si encerra,
é a cura de uma alma doente,
quando esta precisa de assentar os pés na terra.


Incertezas


Andas cabisbaixa
qual vergonha em tormento,
qual sereia sem o mar.
Experimenta o verbo amar.
Ele ilude o sofrimento,
e libertar-te-á dessa caixa.

A decisão que tens de tomar,
É dura. É dificil. Será complicada.
Um conselho: Respira Fundo.
Tranquiliza-te na pureza do teu mundo.
Mas se sentires que do passado trazes nada,
encara o futuro como o brilho do sol no mar.
Radiante. Natural. tal como tu és.


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Deixemo-nos


Deixemo-nos de não sentir.
Conselho sentido, lido, num exercício de reflexão,
que nos alerta para o facilitismo de fugir,
deixando a nossa vida voar, num simples abrir de mão.
Deixemo-nos, acrescento, de no materialismo nos consumir,
como se no ter, se edificasse a expansão,
como se a nossa vida se baseasse no construir,
dos princípios de um Eu em ascensão.

Deixemo-nos pois, de apenas assistir,
a decisões estéreis de quem comanda a nação,
e lutemos por procurar resistir,
a medidas de uma austeridade cega de incompreensão.
Deixemo-nos por isso de nos mentir,
quando o hoje é vivido sem paixão,
quando julgamos no passado existir,
sem agarrarmos a vida com determinação.

Deixemo-nos nas invejas fúteis competir,
pela vida que o outro tem, pois então,
lugar comum de uma cobiça que a fingir,
se infiltra num caráter em formação.
Deixemo-nos e passemos a permitir,
o Nós como motor da civilização,
e em comunidade acabemos por compartir,
ajudando o próximo como o nosso irmão.

Deixemo-nos de não sentir, amor, carinho e emoção.
Deixemo-nos apenas sentir, que o amanhã será mais que uma ilusão …


Saber escutar no silêncio


Apesar da vida ser cruel,
e mesmo quando não podemos ter pulso nela,
acredito que ela se escreve num papel,
com a mesma delicadeza,
que um pintor retrataria a tua beleza,
exprimindo o meu sentimento na sua tela.

A vida tem sempre de caminhar,
para a frente e nunca para trás,
e quando medito longas horas ao luar,
sinto que não sou dono de mim,
e que o amor que sinto por ti, enfim,
é tão forte, que não sei do que ele é capaz.

Assusta-me perder o controlo sobre o meu ser,
e sentir que o tempo avança, para o mal ou para o bem,
numa enorme vontade de nas horas se perder.
E é nessa perda, nessa realidade,
que reconheço a minha única e pura verdade:
Amo-te como nunca amei ninguém.

Tornei-me um homem diferente,
quando a minha estrada se cruzou na tua.
E em todos os desvios que tive à minha frente,
nunca me arrependi de meu coração teres tornado,
num passarinho meigo e apaixonado,
que canta enamorado sobre a beleza da lua.

Por isso te agradeço, meu amor eterno,
por teres rasgado partes do meu coração,
que julgava perdido na frieza do inverno.
Por teres te entregue de corpo e alma,
e por me mostrares que é na calma,
que se escuta a verdadeira emoção.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Prisão em mim


Se estou bem?
Nem por isso.
Sinto-me amargurado.
Sinto-me oco,
como um coco.
Acabado.
Sou uma corda com nó,
algemado sem dó.
Apenas porque não consigo,
sofrer em silêncio.
Quero ficar só.
Prisão em mim.


Obrigas-me de ti desistir



Obrigas-me de ti desistir,
sabendo que foste tu que me fizeste falhar,
e por isso não posso mais investir,
numa relação sem pernas para andar.

Está na hora de minha vida ver partir,
em direção daquela que me quer amar,
e deixar de em ti, viver a fingir,
um amor platónico, mas singular.

Tomaste a decisão de continuar a insistir,
no entreter de um coração invulgar,
jogando na dualidade de um coexistir,
quando é com o outro que te insistes em deitar.

Jogaste um jogo difícil de despir,
quando em mim quiseste encontrar,
um peão onde fosse fácil de vestir,
a pele de um cavalo, dócil de montar.

Mas sou mais do que uma peça para te assistir,
na falta de uma estratégia que te faça ganhar,
quando te sintas a perder e a ressentir,
de algo que o outro não te possa dar.

E pronto, me sinto, para em minha alma incutir,
a força e alegria que em mim me fará voar,
para além dessa voz que me continua a mentir,
palavras, de um futuro que acabaste por matar.

Explica-me ao ouvido


Explica-me ao ouvido,
murmuraste tu, através de uma escrita,
beijada pela intensidade de um desejo, provido
das barreiras de uma consciência maldita.

Vontade de um corpo atrevido,
que anseia pelo meu, ser a favorita,
mas que por um escrúpulo indevido,
se deixa infetar, tornando-o num parasita.

Sentimento que mina a sobrevivência,
de um amor mágico e inexplicável,
que na paixão e na sua ausência,

cresceu ao ritmo de uma irreverente adolescência.
Sentimento que me tornou vulnerável,
de um amar que apenas o meu eu vive com frequência.


terça-feira, 17 de abril de 2012

E quando menos espero, encontro-te


Acordo, e tomo aquele banho ao acordar.
Gotas de água percorrem meu corpo adormecido,
num sonho que teima em não se evaporar,
no calor que vejo as paredes namorar.
E procuro-te … mas não te descubro.
Serão as névoas que encontro com o olhar,
que te encobrem nesse sonho vivido,
ou será a minha mente cansada de procurar,
o que tu insistes em esconder e não me dar.
Mas continuo, e com espuma me cubro.
Esperando nesse gesto despertar,
um orgulho cada vez mais ferido.
A mágoa que insiste em mim morar,
sem preconceitos da renda não pagar.
E quando menos espero, encontro-te, ao rubro,
num grito que meu coração resolve enviar.
Berro exclamado por um amor estremecido,
que num matinal banho de despertar,
se lava da dor que na noite quis sonhar.
Descoberta que me afligiu e que encubro,
num sentimento de profundo pesar.
Segredo que não posso revelar,
àquele eu que em mim vive escondido.
Mistério que o abismo vai-me ensinar,
a dar valor ao verdadeiro amar.


Estás-me a pressionar


Estás-me a pressionar,
disseste-mo, enquanto sorrias.
Interrompida pela força de um desejar,
ansioso por saber se meus poemas verias

Foi a expressão que quiseste empregar,
à pergunta nefasta de todos os dias.
Perturbação de quem se começa a iniciar,
na escrita de mágoas e harmonias.

Perdoa-me tanta vontade,
mas preciso de um pouco de alimento,
para saciar aquele ego da vaidade,

que pretende através da intensidade,
expressar todo o seu sentimento,
refugiando-se numa suposta liberdade.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Obrigado por em mim existires

 
Vou-vos escrever sobre um fluxo de ar,
produzido através do pulmão,
e que o diafragma insiste em expulsar,
ajustando na laringe o tempo da sua duração.

Mas é nas cordas vocais que se inspira ao passar,
fluindo pela boca qualquer tipo de emoção,
cordas essas que pressionadas fazem vibrar,
aquele sopro que vos sai do coração.

Uns, gritam-na de forma atroz,
impulsionados por uma surdez camuflada.
Outros, utilizam-na de forma atroz,

ferindo de morte a melodia cantada.
Falo obviamente da Voz,
essa característica tantas vezes mal amada.


Antes que o amanhã desperte


Antes que o amanhã desperte,
qual é a desculpa que irás arranjar,
para a minha vontade tornares inerte,
e a minha raiva voltares a despertar

Antes que o amanhã desperte,
diz-me já o que irei suportar,
pois se este jogo te diverte,
a mim dá-me vontade de chorar.

Antes que o amanhã desperte,
pondera se me vais continuar a evitar.
Conselho de uma consciência que te adverte,
para o perigo de perderes o meu amar.


Sinto-me aliviado



Sinto-me aliviado,
por termos conversado,
esclarecendo ao coração,
atitudes que tomámos no passado.

Senti meu corpo acariciado,
por um gesto de intenção, mas atrasado,
enquanto nossos olhos se beijavam na emoção,
de um fardo cada vez mais pesado.

Senti teu cérebro aliado,
de situações que já tínhamos conversado,
momentos de alguma tensão,
num discurso repetido e confessado.

Sinto-te um olhar angustiado,
que se desvia com um ar acusado,
de quem me deseja com paixão,
mas foge com um ar apressado.

Sinto o nosso amor recriado,
no brilho de uma lágrima reforçado.
Desejo que aperto forte em minha mão,
e que guardarei junto a um alento esperançado.

Sinto-me aliviado,
por meu amor,
teus lábios ter saciado.

domingo, 15 de abril de 2012

Ouço Música



Ouço Música,
desde que me levanto,
até que me deito,
Ouço Música,
para no canto, esquecer o pranto,
que tenho de não me deitar em teu leito.

Ouço Música,
enquanto tomo banho,
ou mesmo quando apenas a barba desfaço,
Ouço Música,
pensando no tamanho,
não do embrulho, mas do laço.

Ouço Música,
enquanto este poema te estou a escrever,
para que não esqueças essa paixão.
Ouço Música,
porque te quero oferecer,
o amor em forma de canção.

Ouço Música,
em qualquer lado,
desde o rock até ao clássico.
Ouço Música,
porque aprendi a escutar no fado,
a pureza de um sentimento básico.

Ouço Música,
para alterar o meu espírito,
quando me sinto a cair.
Ouço Música,
e por vezes grito,
por dessa queda não conseguir sair.

Ouço Música,
quando estou feliz,
e pronto para agarrar o mundo.
Ouço Música,
para escutar o que o meu coração diz,
nas palavras que me grita para me tirar do fundo.

Ouço Música,
apenas porque sim,
mesmo que tu queiras que não.
Ouço Música,
sem visualizar o fim,
daquele mar ao alcance de minha mão.

Ouço Música,
porque gosto de cantar,
e qual sereia imaginar o que um dia poderia ser.
Ouço Música,
e nessa fantasia deixo-me levar,
sentindo na sua voz uma razão para viver.

Ouço Música,
porque no meio do seu barulho,
viajo num só mergulho,
as vidas que na mente desembrulho.
Simplesmente porque a música,
é esse princípio sem fim,
que me elevando o orgulho, enfim,
me dita quem sou, vivendo em mim.
 

sábado, 14 de abril de 2012

Beijos



Nossos Beijos são como o chocolate,
repletos de uma doce amargura,
que servidos em forma de engate,
nos seduzem através da sua textura.

São Beijos que ganham no empate,
da luta entre dois lábios perdidos na doçura,
de um desejo que estremeça e arrebate,
nossas fantasias prenhas de loucura.

Beijo-te, nesse peito que será sempre meu.
Beijo-te, nesse pescoço suave e cheiroso.
Beijo-te, nessa boca, que me leva ao céu.
Beijo-te, nessa pele que, ausente, me torna desgostoso.

E sinto-me pronto para o combate,
ansioso por retirar esta armadura,
e em teus Beijos encontrar o resgate,
para a liberdade que minha alma procura.

Beijos presos na ponta de um alicate,
que aguenta esta paixão louca mas insegura.
Instabilidade que constantemente se debate,
por demasiado querer o que teu beijo augura.

Beijo-te, nesse peito que será sempre meu.
Beijo-te, nesse pescoço suave e cheiroso.
Beijo-te, nessa boca, que me leva ao céu.
Beijo-te, nessa pele que, ausente, me torna desgostoso.
 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Possuido


Por vezes sinto uma vontade animal,
de te sentir dentro de mim.
Mas o que será isto afinal,
que me coloca fora do normal.
Assim ...
Possuido.
Desejoso.
Tal qual um pássaro ferido,
desesperado pelo seu ninho quente,
e caloroso.
Enfim,
sinto-me assim.

Lupa


Como o isolamento do monge,
sinto a paz na tua feição.
Observo a tua inocência ao longe,
perdendo-te nas veias que envolvem as extremidades do meu coração.
se a lupa existisse para distanciar,
certamente seria descartada,
mas é na proximidade do seu olhar
que te tornas a minha amada.
A tua expressão de amor,
microscópica a um outro olhar,
não é mais que uma flor,
na hora de desabrochar.

Hoje começou o teu caminhar.
O amanhã dislumbra-se belo.
És linda. És a lupa do meu sonhar.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Procura-me


Gosto de te cheirar.
Sem que te apercebas.
De observar o teu olhar,
e ver que me observas.
Gosto de te me ver procurando,
no meio da multidão.
Gosto de continuar, olhando,
e voltar a perder-te da minha visão.
Páro. Apuro os sentidos. Recomeço.
Elevo a alma e volto a procurar,
aquele teu cheiro que me amordaçou.
Mas gosto mais de te me ver procurando,
a descobrir aquilo que sou.
Procura-me.
Ainda ando por aí.


E vale apena acreditar?


E vale apena acreditar?
na ilusão que os teus lábios entregaram,
na emoção lida no teu olhar,
quando teus olhos paixão mostraram.

E vale apena acreditar?
num amanhã de verdade,
onde a mentira que tentas ocultar,
apenas me afunda na saudade.

E vale apena acreditar?
em alguma palavra por ti proferida,
se continuas ao tempo mostrar,
que vives uma vida arrependida.

E vale apena acreditar?
que por ti voltarei a ser amado,
que deixas de comigo gozar,
seja aqui ou em qualquer lado.

E vale apena acreditar?
que amar-te é um principio sem fim,
se nas desculpas gostas de te refugiar,
para fugires sempre de mim.

Parece-me que tenho de acreditar,
e dizer que partiste, à minha mente.
Parar de viver com este pesar,
e amar quem me ama sempre e não raramente.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Se queres ...


Se queres saber, pergunta e escuta.
Aconselhas, abrigada na sabedoria
Experiência que lhe vai servindo de conduta,
às palavras que emprega com categoria.

Se queres conhecer, ouve.
Escreveste, que a Mulher gosta de falar.
Memoriza pedidos que em tempos houve,
se o teu desejo é agradar.

Se queres derreter, acarinha,
os filhos, fruto do vosso amor,
Se queres entrega, sem medo, caminha,
pela rua que cede, aos pormenores sem valor.

Se queres, aprende a dar,
fazendo da surpresa uma constante.
Mas se queres aprender a amar,
compreende-a, por mais do que um instante.

E assim quis em ti, inspirar minha poesia,
fazendo minhas as tuas palavras.
Expressando-te com toda a cortesia,
as sensações que em mim lavras.

Tudo falta a quem tudo quer,
lá diz o provérbio sentindo a ambição.
Mas quando se trata de agradar a uma Mulher,
o melhor é sentir e falar com o coração.


No amor, quem foge é que é o vencedor


Dizem que o que não mata engorda,
e que cego é quem não vê por uma peneira.
E por isso, dou-te um conselho: Acorda!
e não permitas que a consciência te use à sua maneira.

E se a chaga do amor, quem a faz, a sara.
Então, está na altura de procurares a cura.
Pois, se Errando corrige-se o erro. Observa. Para.
Escuta o coração, e entrega-te de forma pura.

Atira-te de cabeça, amparada naquela corda,
que nesse mergulho ditará a fronteira,
entre o desejo e o limiar de sua borda,
onde a perceção se debruça na asneira.

Mas se é essa consciência que nos separa,
viver assim é uma tortura,
é querer abrir um coração que se declara,
sem saber onde encontrar a fechadura.

No amor,
quem foge é que é o vencedor,
e eu espero que não me venças pela dor,
que me invade num silêncio ensurdecedor.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Dias de desilusão


Ele há dias assim, sabes, dias de desilusão.
Dias em que se acorda com vontade de ser escravo do outro ... de irradiar Amor.
E quando vemos que esses dias nos passam ao lado, e não podemos fazer nada para mudar isso, cria-se a desilusão, a tristeza.
É normal, afinal somos seres espirituais, sentimentais. Vivemos de emoções.
É pena é que contigo, sinto que de um ano para o outro, de um momento para o outro ... o tempo escasseou. Enfim ...
Mas tb te digo, e olhando o passado como uma criança olha para o presente, Nós tivemos MOMENTOS INESQUECIVEIS e ÚNICOS. Agradecido estou..
Que vontade férrea de chorar alegremente.
Depois, abano a cabeça, acordo, vejo a realidade, e julgo-me capaz de dominar esses sentimentos. Mas mal oiço a tua voz,
sinto o teu cheiro ou aprecio a tua presença ... e qualquer força de bloqueio que tente criar para não sofrer, acaba por ruir,
por se desmoronar.
Isto de ter encontrado o AMOR é muito difícil, e o pior é que para mim, é mesmo O AMOR VERDADEIRO. Não o Nego.
É assim, neste estado bicéfalo que acordo e me deito, com a esperança de ter um amanhã melhor.
E sabes que mais ... AMO-TE ... nestes dias de desilusão.

Que tal ...


Que tal …
nos amarmos como na nossa primeira vez,
onde o nervoso miudinho nos comandava o físico.
Que tal …
usarmos essas memórias como forma de libertação,
e permitirmos que o tempo se canse nos lençóis de flanela.
Que tal …
entregarmos às incertezas da mente o manto da viuvez,
e darmos ao amor aquele som que só o sabe escrever um músico.
Que tal …
esquecermo-nos do que nos rodeia e presentearmos o coração,
com aquela adrenalina que está sempre de sentinela.
Que tal …
cedermos à certeza de um desejo que se refugia num talvez,
com medo que o depois se torne, em nós, analgésico.
Que tal …
decidirmos oferecer à loucura da palpitação,
aquele arfar intenso que se vai dispersando pela janela.

Que tal …
Impores-te tu
com paixão e altivez,
ao clássico
temor que vês nela.
Que tal …


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Quero …


Quero …
… sentir-te nua.
Despida de insegurança.
Desfolhada do que te rodeia.
Mostrar-te a beleza da lua,
e com o fervor da minha pujança,
possuir-te na minha complexa teia.
Quero …
… sentir o teu prazer.
Felino na sua entrega.
Doce no seu sentir.
E ao ouvir teu corpo gemer,
com a carga que o momento carrega,
Decido sonhar, partir, amar, sorrir.
Quero …
… que me consumas.
São estas as minhas preces,
quando não aguento mais esta dor.
E com a fragilidade das plumas,
para os meus braços regresses,
e neles encontres o verdadeiro amor.

Quero …
… simplesmente que me queiras.
Quero …
… a plenitude que só sinto quando me beijas.


Perfume


Com esse cheiro irresistível,
que deixa um homem moribundo,
diz-me se é possível,
entrar hoje no teu mundo.

Mais uma sentida sugestão,
para juntar a muitas na gaveta,
pois mais uma vez esse coração,
deixou de me ver como uma meta.

Sinto pena que assim seja,
pois sinto que já deixei de te pertencer.
Contudo, quem o coração beija,
jamais poderá perder.

Nada de novo, pois então,
apenas mais do mesmo. Previsível.
Alguém que ama com paixão,
alguém que quer ser invisível.

Essa falta de visão, provocada
pela constante não tentativa,
começa a invadir o nada,
e a cair na negação vivida.


domingo, 8 de abril de 2012

Uma Santa Páscoa



Hoje celebra-se a resurreição,
de Cristo após a sua morte.
Evento exclusivamente cristão,
que neste dia assenta o seu suporte.

Jesus entregou-se por nós à crucificação,
dias depois de cear com o seu núcleo forte,
não esperando que num amigo a traição,
se revelasse no destino a sua má sorte.

Judas criou assim esta celebração,
entregando, na mentira, Jesus ao desnorte,
mas este, imortalizou-se em cada coração,
fazendo de uma cruz o seu transporte.

E hoje em nós, vive em inspiração,
fazendo da bondade o seu passaporte,
para um mundo mais puro e são,
onde a felicidade possa em nós ser mais forte.

sábado, 7 de abril de 2012

Por vezes parece impossível



Por vezes parece impossível,
chegar até ti sem resistência.
Obstáculos que atingem uma força indestrutível,
se os deixamos ganhar à paciência.

Bem sei que a perverança é discutível,
se dentro de nós não lhe dermos assistência,
se perdermos aquele amor explosível,
que nos aguenta neste jogo da sobrevivência.

E é esse amor inexcedível,
que me ajuda a contornar a inexperiência,
de ter de te educar de forma inflexível,
gritando-te, por não saber adornar essa negligência.

Pecados de um Homem defensível,
que se vale da “força” por inerência,
com medo de perder para um caráter ingerível,
a batalha de te libertar da insolência.

No fundo, apenas desejo que sejas acessível,
à perceção, tolerância e clemência.
Caracteristicas de um ser compreensível,
e que te ajudarão a combater a inocência.

Por vezes pode parecer impossível,
mas hei de melhorar esta carência.
Pertença deste ser falível,
que melhorará ao longo da sua existência.

Perdoa-me a impetuosidade, mas faço-o por te amar de verdade.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Firmamento



Enviaste-me ao firmamento,
quando me disseste por volta das dez.
E na recordação desse momento,
sinto um arrepio da cabeça aos pés.

Como que um levitar do pensamento,
que me levará de lés a lés,
e que na ausência desse sentimento,
se recordará nele e não através.

Mas no dia seguinte, disseste “vagamente”,
quando te perguntei pela saudade,
essa vil que me invade intensamente.

Paixão, que eu vivo com verdade,
e que cega pelo amor que este coração sente,
se cansa de esperar por tal intensidade.
 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sentindo-te a vergonha


Falava, sentindo-te a vergonha,
quando teus olhos fixei com arrojo.
Palavras entregues por uma cegonha,
que na minha mente revelava o teu nojo.

Essa emoção suja e infeciosa,
que te vai minando o dia a dia.
Desordem perturbadora e dolorosa,
que cada vez mais te transtorna e agonia.

E á beira do prato colocaste essa peçonha,
cheia de náuseas de lembranças que hoje te alojo.
Esperando que no lixo alguém ponha,
tais memórias de um singular espojo.

E não te escondas nessa repugnância silenciosa,
pois a vida é bela e sabe viver em harmonia.
Basta que para a verdade não sejas preguiçosa,
e com respeito, ma digas sem ironia.


Causas-me Dor


Quando me tratas assim, causas-me Dor.
A forma como interages comigo, é curiosa.
Exiges de mim Carinho e Amor.
Quanto a ti … só por vezes és fogosa.
Se vivo a minha vida, sem tornar-me teu dependente,
irritas-te! distancias-te! enfim, ficas revoltada.
Se te quero, ontem, amanhã, neste presente,
tratas esse amor à bofetada.
Sinto-me, por vezes, apenas um desejo carnal,
um desejo que obténs por necessidade.
No fundo, aquele que te ajuda a escapar à vida mortal,
e te leva ao coração, alguma felicidade.
Sei bem que é complicado,
querer e não poder,
mas pior que não me sentir por ti amado,
é sentir que só a minha insistência te leva a me quereres ter.
Quando me tratas assim, causas-me Dor.


Preciso de crescer


Estou triste.
Desapontado.
Desiludido …
… comigo.
Por ser um sonhador idealista.
Por ser um idiota sentimental.
Por não ser um estúpido realista.
Por não ser menos surreal.
Estou triste.
Desapontado.
Desiludido …
… comigo.
Não preciso ser assim.
Se não tenho esta necessidade
porque fico com este espírito?
Este sentimento sem fim …
Preciso de crescer.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Descansa em Paz, Walter


A vida, querido amigo, foi-te madrasta,
e injusta no preço que te cobrou.
Mas fica a tua memória entusiasta,
desse sorriso que a todos encantou.

Cometeste erros como qualquer um,
que por aqui andam de passagem,
mas julgo que não há amigo nenhum,
que não te queira prestar homenagem.

A vida gritou-te basta,
e num ápice te levou,
mas tu serás sempre aquele cineasta,
que um capitulo das nossas vidas realizou.

Obrigado, por não teres sido um homem comum,
e por tua amizade não ter sido um miragem.
Por teres pertencido ao meu álbum,
que guardarei até terminar esta viagem.

Descansa em Paz, Walter.


Expetativa Frustrada


A expetativa só se torna frustrada,
quando se espera mais do que nos é devido,
quando se percorre uma estrada,
à espera de algo imerecido.

E não se pode nessa esperança sagrada,
procurar a paz de um acreditar perdido.
Alimento de uma expetativa penetrada,
por um raio de tranquilidade comedido.

Podes não corresponder! Acho que estás enganada.
E não, não é a cantiga do bandido.
São apenas palavras de uma alma lavada,
de um ser outrora incompreendido.

A expetativa só se torna frustrada,
se a mergulhar numa aparência dissimulada.


Um pouco de nada


Um pouco de nada,
é como me sinto.
Não gosto de sentir todo este desejo,
Esta vontade de te ter.
Saber que não te possuo, que não te beijo,
Que não te cheiro … é demais este sofrer.
Um pouco de nada,
é como me sinto.