sexta-feira, 29 de junho de 2012

O que fazemos na vida ecoa na eternidade


A vida é uma sucessão de batalhas,
para as quais é preciso ter motivação.
É saber lidar com as nossas falhas,
por mais complicada que seja a situação.

Todos criamos uma zona de conforto,
que se alimenta de tranquilidade.
Zona essa que quando dá para o torto,
sabe sempre reagir à adversidade.

Nem sempre o que gostas, poderás fazer.
Mas procura sempre fazer o que aprecias.
Pois aquele que persevera no querer,
acaba sempre feliz os seus dias.

Há momentos que não basta, ser audaz.
Mas é nessa altura que a vida te dará coragem.
Momentos em que a inteligência se torna perspicaz,
e te mostra um ponto de viragem.

Encara esse futuro sem medo,
sem a arrogância que tantos caracteriza.
Faz da força de vontade, o teu enredo,
e na dificuldade, tua força especializa.

O modo como encaras a dificuldade,
é que vai fazer toda a diferença.
E é nessa altura que a verdadeira amizade,
se eleva, letargicamente da convalescença.

Tudo em ti, renasce, se assim decidires
combater o pessimismo e a insegurança.
E se com agilidade e determinação agires,
todo o universo te acompanha na mudança.

A combinação entre a vontade e a inteligência,
e a harmonia entre a razão e a emoção,
darão ao teu sucesso, não só uma aparência,
mas o respeito de todos, como consagração.

O orgulho de quem os obstáculos venceu,
de ter a admiração daqueles que ama.
O orgulho de saber que amadureceu,
transmitindo valores, sem querer para si a fama.

O que fazemos na vida, ecoa na eternidade.
Verdade, como outras, de palavras inspirada.
Mas se a viveres com elevação e bondade,
verás que a tua será eternamente lembrada.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Não te quero


Não te quero,
porque estou farto.
Farto de ser usado,
para todo e qualquer fim.
Usaste-me, num silêncio calado,
destruindo-me sem compaixão.
Agora, sinto que parto,
sem a minha missão ter acabado,
sem ter dado tudo de mim.
Com medo, de em teu aviso magoado,
acabar por ceder às tábuas de um caixão.
Não quero.
Simplesmente não quero, querendo.
Querendo lutar contra o teu caminhar,
contra a tua cínica forma, de me corromper.
Lutarei contra a palavra terminar,
Começando de novo a viver.
Vou-te vencer a ousadia.
Vou-te dominar a desfaçatez.
Escuta-me.
Tem medo desta força.
Podes ser um cancro,
mas jamais terás estadia,
neste corpo, onde vais morrer de vez.
Não te quero.


* Dedicado a todos os que passaram ou estão a passar por este flagelo. Saúdo-vos com desejos de saúde.


quarta-feira, 27 de junho de 2012

De Fénix já tenho pouco


Não percas energia,
desperdiçando as tuas emoções.
Não percas a tua magia,
julgando sensações.

Cada um carrega a sua cruz,
e a minha é lidar com o teu desdém.
Passatempo que ciclicamente te seduz,
quando as veias da sedução explodem.

Hoje uma elegia, amanhã um amor louco.
Mas mesmo assim, quero que me leves meu amor,
porque de Fénix já tenho pouco.

As cinzas que se vivem nesta analogia,
já são escassas para me fazer renascer.
E o álcool que antes estancava a hemorragia,
começa a evaporar-se na raiva deste escrever.

São como folhas mortas que em contraluz,
refletem um amor vivo num azul celeste.
Folhas que me atapetam o chão, como o capuz,
que cobre a tristeza deste olhar que me deste.

Hoje uma elegia, amanhã um amor louco.
Mas mesmo assim, quero que me leves meu amor,
porque de Fénix já tenho pouco.


terça-feira, 26 de junho de 2012

Perdida na ambiguidade


Quando a indisponibilidade
se esconde na falta de vontade,
está na altura de parar,
e perceber o porquê dessa agilidade.
Porque quando há disponibilidade,
e ela, também, se esconde com vontade,
é altura de se encontrar,
a resposta para tal ambiguidade.

Dizes que queres,
mas fazes por não querer,
querendo querer,
sem o querer fazer.

Que capacidade,
tens,
em não nos ter.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quem me leva este amor


Com a mente sempre em ti,
mesmo colocado à parte,
vou vivendo como um álibi,
sem saber se vou amar-te.

O tempo passa devagar,
quando te quero e não te tenho
Os dias perdem o seu lugar,
neste poema onde te desenho.

Quem me leva esta dor,
quem me acalma esta saudade.
Quem me mostra ao amor,
como se serena a vontade.

Com a mente sempre em ti,
busco memórias no horizonte.
Vejo sentimentos que agredi,
ao ver meu reflexo numa fonte.

Face infeliz que insiste em disfarçar,
guerras interiores de uma luta desigual.
Memórias perdidas na escassez de um amar,
que se esquiva de mim, num fingimento casual.

Quem me leva esta dor,
quem me acalma esta saudade.
Quem me mostra ao amor,
como se serena a vontade.

Com a mente sempre em ti,
perco-me no viver da minha vida.
Perdendo-me por aqui e por aí,
sem saber onde encontrar a saída.

Encruzilhada que me perturba o caminhar,
ludibriando meu coração em cada cruzamento.
Angústias que não largam um pensar,
que no amor, anseia por fazer o seu aposento.

Quem me leva esta dor,
quem me acalma esta saudade.
Quem me mostra ao amor,
como se serena a vontade.

Quem me leva este amor,
quem me acalma esta vontade.
Quem me mostra a esta dor,
como se serena a saudade.

Quem me leva este amor …

domingo, 24 de junho de 2012

Um cão cego e obediente


Sinto-me um cão cego e obediente,
que segue a sua dona sem hesitar,
esperando constantemente um reconhecer.
Aquele animal que, qual cliente,
existe apenas para a satisfazer,
na falta de alguém para a mimar.

Se a dona manda, o cão obedece,
sem que a trela lhe limite o caminho,
traçado por um desejo inconstante.
Ordem cumprida por quem padece,
ansioso por um acarinhar abundante,
numa pele de um pelo carente e sozinho.

Um cão cego, que começa finalmente a ver,
sinais de que a dona não pretende alterar,
aquela falta de carinho doloroso e inconveniente.
Visão que começa a clarear o escurecer,
de uma vida de cão demasiado paciente,
vivida atrás de um açaime, que o começa a perturbar.

Um cão obediente, que doravante,
anseia por se libertar dessa trela no focinho,
que lhe prende o desejo de que carece.
Beijos, abraços ou um querer aliciante,
que por si suplique como uma prece,
e que o recompense em forma de carinho.

Sinto-me um cão cego e obediente,
disposto a morder-te a mão,
senão te tornares mais consciente.
 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A vontade de não nos deixarmos arrastar


A vontade de não nos deixarmos arrastar,
nessa rede de gente incompetente,
até a mais forte cana há de vergar,
para alcançar a verdade que não mente.

Vocês que desta gente se estão a rodear,
saltem para fora desse barco, que ambiguamente,
vos obriga a continuar a remar,
contra ondas que nos derrubam ciclicamente.

E nessa espécie de vagas que julgam nunca rebentar,
eles vão-nos enganando, protegendo-se claramente,
pensando que aquele abril jamais há de voltar,
pois acham que nos têm domesticados financeiramente.

Ideologias retrógradas que nos continuam a aplicar,
tratando a nossa vida como algo de vazio e deprimente.
Mestres que se escondem na arte de bem falar,
roubando-nos e mentindo-nos descaradamente.

Contudo, insisto que não podemos parar de lutar.
Acreditando num futuro que proficuamente,
nos apresente uma sociedade que nos faça orgulhar,
e nos retire esta corja de gente miserável e dormente.

Temos de à nossa inteligência nos agarrar,
pois a maior parte deles, tem-na muito debilmente.
São gente que das cunhas faz por se rodear,
aguardando pela sua vez impacientemente.

Mas assim, vão enriquecendo, aprimorando o saquear,
entre negócios feitos sem vergonha, e que ilicitamente,
lhes permitem suas vidinhas indo governar,
pilhando as nossas repetidamente.

A vontade de não nos deixarmos arrastar,
nasce dentro de cada um, para um todo que facilmente,
unido, lhes mostrará que só os honestos hão de governar,
este povo que outrora o mundo conquistou, mesmo que inutilmente.

A vontade de não nos deixarmos arrastar,
será , sempre, mais forte que a de quem nos quer dominar.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Conversas entre almas gémeas


Como é bom contigo conversar,
e em teus olhos sentir perseverança.
Sáo pessoas como tu, que ao falar,
Inspiram-me a continuar a ter esperança.

Valores morais inalo no teu respirar.
Vontade de vencer, sinto-a com toda a pujança.
Nunca percas a resiliência desse caminhar,
onde o conforto grita por uma mudança.

E luta, por algo na tua vida mudar,
se hoje, nela, começas a perder a confiança.
Há alturas que contra os nossos valores temos de lutar,
se quisermos aos nossos, deixar essa herança.

E busca em ti, aquela tua, outrora capacidade de te apaixonar.
Aquele estado puro de felicidade, que tinhas em criança.
Pois, perdemos muito tempo em crescer para outros agradar,
pisando os pés a um Eu que se perde nesta dança.

Briga por aquilo que queres acreditar,
sem que isso te destrua a autoconfiança.
Reflete sobre o que à tua volta se está a passar,
sem que alguma vez percas a tua segurança.

Radiante. É assim que tu mereces andar.
Realizada. Será sempre a tua cobrança.
Confiante. Rima com a tua forma de estar.
Amada. O equilíbrio que queres na tua balança.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mais um para me perder



Brincas com o meu coração,
e gozas com o meu querer,
mas está na minha mão,
o parar deste sofrer.
Esticas a corda da paixão,
julgando domar o meu ser,
mas a cada dia que me repetes um não,
é mais um com um final por conceber.

Perdes-me, sem mostrares a razão,
e evitas-me, sem me dar a entender,
o amor que escondido nessa negação,
um dia esta alma deixará de ver.
É absurda esta tua vã sedução,
de assim me desejares viver.
Insistência de uma perdição,
que acabará por meu coração perder.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Não me parece


Pelos vistos,
parece que esta embriaguez te perturba.
E o convite que insinuas querer ter,
quando to lanço,
parece que te enoja ainda mais.
Desculpa, é um problema de nascença,
e que pelos vistos,
precisa de uma convalescença.
Por vezes morrer,
implica começar a viver.
E se for, para me fazeres sentir
como os demais,
o melhor é parar de amar
a quem o amor tanto disturba.

Eu bem tento dar-te de mim,
mas já vi que é uma luta em vão.
As semanas passam e tu és sempre assim.
Puxas. Envias sinais. Afastas e largas-me da mão.

Não me parece. Respondes com altivez.
Prepotência de quem se julga a ofendida.
Enganas-te. Já percebi. Afinal, não é um efeito da gaguez.
É apenas a persistência de lutar por uma causa perdida.

Sugestão? Talvez um banho de sensatez.
Para ver se te libertas desta criatura, que arrependida,
continua a viver numa inútil desfaçatez.
Sugiro assim que respeites, quem te amou mais que a própria vida.

Aprende a respeitar.
Aprende a não te desculpar.
Aprende ao amor te dar.
E depois. Só depois.
Comigo voltes a querer estar.
Sabes que mais.
Vou me deitar.
É penoso insistir neste amar.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estradas de sentido único


Tens percorrido estradas de sentido único,
ansioso por uma gota que mate essa sede de confirmação.
E confessas, que já te cansa esse estar pudico,
que insiste em ser um exemplo de uma relação.

Saber escutar é tão ou mais importante,
que a vontade que temos em falar.
Descobrir essa escuta ativa em ti, é desgastante,
mas far-te-á crescer na hora de educar.

Para ti, falar é uma necessidade, um jogo fónico.
Que julgas ganhar, quando a ti chamas a atenção.
Mas escutar é uma arte, atributo que devia ser patogénico,
para muitos dos que governam este País em degradação.

Mas por mais, que procures esse reconhecimento aceitante,
nada em ti mudará, se não descobrires o papel de comunicar.
Se não aprenderes a te preencher no ato constante,
de quem uma conserva sabe despoletar, através do saber escutar.

E embora sejas, para contigo, demasiado clínico,
sempre à procura de uma qualquer justificação.
A vida terá sempre aquele seu lado cínico,
que se apresentará sem explicação.

Valoriza as tuas qualidades, a cada instante,
pois não te quer conhecer, quem a si te quer moldar.
E por mais que algum defeito te seja irritante,
observa-o, e com ele aprende a, de novo, caminhar.



domingo, 17 de junho de 2012

A mais bela infância


Aprendemos juntos a ler e escrever,
no que para mim, foi a mais bela infância.
Pois do nada, tudo conseguiamos fazer,
sabendo viver sem nenhuma abundância.
E sem qualquer tipo de arrogância,
sei que continuo humilde e com vontade de aprender,
aquela lições, que através da tolerância,
nossas mães insistiam em nos dizer.

A nostalgia que, na minha mente, vivi à distância,
desses momentos, que insistiam em mim viver.
Não eram mais que mensagens de relevância,
que essa educação não me deixava esquecer.
Cada um de nós quis um caminho percorrer,
mas a nossa amizade foi sempre uma constância.
E sei que se algum de nós, do outro precisasse ter,
lá estaríamos, sem qualquer discordância.

A vida encarregou-se desta amizade reerguer,
e tenho-a sentido com alguma fulgurância.
Saudades, de nesta sociedade, voltar a conviver,
com a minha gente, gente com substância.
E com a devida equidistância,
espero não mais, esta afeição perder.
Desejando que na sua militância,
nossas familias possamos ver a crescer.
 

sábado, 16 de junho de 2012

O amor é o principio de tudo


O amor é o principio de tudo,
lembrava o AC depois de cantar,
e eu acrescento que sobretudo,
é arte de nos fazer sonhar.

Sonhos que sempre saúdo,
pois trazem-me paixão ao acordar.
Momentos que mostram o quão sortudo,
sou, por na minha mente te ter para amar.

E esse amor que envergonha o mais belo jardim,
é eletrizante quando o sinto dentro de mim,
pois consigo vivê-lo na sua plenitude.

Amor que se regenera na atitude,
de uma vontade, que na sua magnitude,
em ti se entrega, chegando ao seu fim.
 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Um poeta envergonhado


Um poeta envergonhado,
sem vergonha de o ser,
é aquele que apaixonado,
o esconde sem querer.
É aquele que não vive sem te ver.
Sem sentir teu cheiro perfumado.
E é essa saudade que insiste em nele viver,
que mostra ao amor, o seu verdadeiro significado.

Um poeta envergonhado,
com medo de te perder,
é aquele que quando abandonado,
perdoa tudo, na dor do seu escrever.
É aquele que mesmo sem saber,
vive sempre amargurado,
na incerteza de quando irá acontecer,
o reencontro com o seu bem mais amado.

Um poeta envergonhado,
ansioso por teu corpo receber,
é aquele que vive angustiado,
pela falta que teus lábios lhe fazem ter.
É aquele que sonha desaparecer,
e sentir-se na tua pele atado,
louco por teu amor beber,
num copo de demência beijado.

Um poeta envergonhado,
sem vergonha de o ser,
foi assim que fui chamado,
quando um poema te quis oferecer.
Pudor, que fui conseguido esconder,
mas que por força, de te querer a meu lado,
em mim, se começou a esbater,
dando asas a este poema por ti inspirado.

Um poeta envergonhado,
nunca pode vergonha ter,
quando se sente apaixonado.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Estou aqui. Não estou Além.


Já consigo compreender,
aquele estado de ansiedade,
que o António insistia em ter,
nas variações da saudade.

Agora, sei do que ele fugia,
e não era da solidão.
Era de um amor que fingia,
amá-lo sem qualquer razão.

Também eu, quero continuar,
e em teu corpo mergulhar.
Porque até aqui eu não?
Soube te amar, amar como quis
Porque eu não soube me dar,
com medo de não ser feliz.
Porque eu não soube me dar,
dar-me como sempre quis.
Porque eu não soube me dar,
com medo de não ser feliz.
Porque eu não soube me dar,
dar-me como sempre quis.

Aquela dor de insatisfação,
que o teimava em dominar,
também eu sinto na solidão,
da falta do teu beijar.

E daí quero partir,
e a ti me entregar,
pois estou farto de lá cair,
sem te poder amar.

Vou continuar a procurar,
e na escrita me encontrar
Porque até aqui eu não?
não sei quando te darás.
Porque tu ainda não quiseste,
nem sabes se o farás.
E eu só estarei bem,
quando nos amarmos em paz.
Porque tu ainda não quiseste,
nem sabes se o farás.
E eu só estarei bem,
quando nos amarmos em paz.

* Letra inspirada no Estou Além, do António Variações.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Um orgasmo em simultâneo


Sinto-me, vagarosamente, a enlouquecer,
por esse corpo que não me sai da cabeça.
Vontade que me invade desde o amanhecer,
sem que o cair da madrugada a impeça.

Esta sensação de desejo animal,
que sinto, quando tua pele posso tocar,
é muito mais que um estímulo sexual,
é um morrer em paz, e aí querer ficar.

E a determinação que tenho em te sentir,
é mais forte que qualquer impulso espontâneo.
É o prazer quimérico que tenho em me vir,
quando atingimos um orgasmo em simultâneo.

Ai como é bom sonhar em te ter,
mesmo que nesse sonho enlouqueça.
Mas, tendo-te, mais vale doido varrido ser,
por mais lamechas que isso te pareça.

Desejo-te, como nunca, mulher fatal.
E por teus lábios quero começar,
para de seguida em teu peito divinal,
passar, e em ti puramente me entregar.

E perco-me, sem vergonha de o assumir,
sentindo-me dominado por teu bálsamo cutâneo.
Viajando num deleite único, que me faz pressentir,
que o paraíso és tu, por mais que seja instantâneo.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Amor próprio indecente


Começo a perceber a natureza,
desse teu eu humano.
Caráter que só se ama a si,
e se esconde num amor próprio indecente.
Essência estabilizada na incerteza,
de um escrúpulo obscuro e insano,
como eu, em tempo algum, assisti.
Consciência que nos rouba um amor irreverente.

Vives num embaraço constante,
dominada por pensamentos perturbadores.
Ansiosa pelo momento,
em que te libertes dessa jaula, dessa prisão,
que te desprende numa frieza inquietante,
acalorada por desejos desorientadores,
que te gelam a decisão e te invadem no lamento,
de continuamente me afastares de teu coração.

E neste fingimento do meu amor próprio,
neste bem estar cheio de miséria,
assumo a dependência do meu vicio,
que em ti procuro sacear.
Amor sentido, voraz, mas impróprio,
destinado a não viver uma vida séria.
Condenado a ser esquecido num hospício,
sem teu amor até à morte poder amar.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bipolaridade não é loucura


Bipolaridade não é loucura,
mas não consigo encontrar outra explicação,
para explicar essa maníaca procura,
de fugires de nós sem aparente razão.

Este teu transtorno bipolar,
que te leva do humor à apatia,
é ultimamente uma forma de estar,
que te vai roubando a simpatia.

Afasta de ti essa perseverante amargura,
que insiste em oferecer-te momentos de solidão.
Momentos que se escondem atrás de uma postura,
que ainda vai conseguindo iludir a escuridão.

Não tenhas medo de te entregar,
ao amor, na dose certa e sem qualquer garantia.
E esse, na sua plenitude, só eu to saberei dar,
pois só eu sei, a fórmula mágica dessa quantia.

Escuta-te! E busca em ti uma cura,
apoiada no silêncio do teu coração.
Procura nele toda a tua doçura,
e entrega-te de corpo e alma à paixão.


domingo, 10 de junho de 2012

Forma de estar, que para ti, cultivo em mim


Tantos anos de casamento,
voaram, desde que te deste a mim.
Meses e dias impulsionados pelo momento,
em que puramente disseste que sim.

Desde essa altura, criámos uma familia,
assentes no desejo de filhos poder educar.
E mesmo que eles nos criem alguma quezilia,
o dom do seu sorriso, tudo consegue ultrapassar.

Uns, previam-nos um rápido fim,
alimentados por um desejo ciumento,
e exposto naquele fraquinho frenesim,
de sentirem neles, a falta, do nosso condimento.

Creio mesmo, que essa estabilidade, alguns arrelia.
Julgando eles que, por escrevê-lo, me estou a importar.
Mal sabem, que a sua opinião, é apenas uma embolia,
que na sua mente insiste em se incubar.

Outros, porém, idolatravam a força do cimento,
ou a dureza daquele marfim,
que suportando a base deste relacionamento,
o tornou imune às más linguas, que enfim!

Enfim! Gente mesquinha, que vive em folia,
quando as decisões dos outros, se pronta a julgar.
Criaturas vazias de um amor que à revelia,
os ignorou e, seu coração esqueceu de tocar.

E a esses, querida, com humildade acrescento,
que a mais bela flor não cresce num jardim,
se for tratada como um tormento.
E esta é a forma de estar, que para ti, cultivo em mim.

sábado, 9 de junho de 2012

Melancolia


Olhaste-me com um sorriso de quem me lia,
perturbada por uma voz que te inquieta.
Cansada de ler poemas de melancolia,
que repetidamente me saíram da caneta.
Eu bem tento ir mudando a agulheta,
mas ela comanda-me à revelia.
Obriga-me, sem me obrigar, a abrir a gaveta,
onde a falta de entusiasmo está sempre de vigília.

São predisposições da alma que até a mim me arrelia,
mas que faço questão de expulsar, como uma seta.
Angústia que se permanece, torna-se uma anomalia,
perturbando ainda mais esta essência nada discreta.
Uma espécie de insanidade, que vejo lá no fundo da meta,
e que pode até ser um desequilíbrio que vem de família.
Mas é uma ternura, sentir essa loucura de poeta,
e passar dessa melancolia ao puro estado de folia.

Melancolia é um estado psíquico de depressão,
com ou sem causa específica.
É um estado que me invade o coração,
quando não consigo amar, e a realidade não é magnífica.
 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Meu puto charila


Sim! És o meu puto charila,
endiabrado por fazer alguma asneira.
Miúdo giro e muito reguila,
que vive a vida à sua maneira.

Amo-te muito, mas tenho de ser educador,
e ensinar-te a ouvir e respeitar um não.
Apesar de pai, só te darei o verdadeiro amor,
se te ensinar o significado da palavra educação.

És aquele meu macaco sem pila,
sempre pronto a destruir a bananeira.
Macaco que um dia será gorila,
e me encherá de orgulho, de uma forma rotineira.

Mas sempre te educarei com muito amor,
por mais nervos que impulses neste coração.
Prometo que a cada dia, serei um pai melhor,
e que terás brio em seres tu a dar-me a mão.

Gosto de te ver de mochila,
com as mãos nos bolsos e aquele ar de peneira,
sabendo que essa graça repila,
qualquer vontade de te castigar de sobremaneira.

E espero que todo esse humor,
te ajude a ser um bom filho e um bom irmão.
Te molde numa personalidade sem temor,
para que tenhas um futuro cheio de ambição.
 
Amo-te, meu puto charila.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

És tão doce, querida filha


És tão doce, querida filha.
Beleza de um amor corolado,
por um desejo de uma vida que palmilha,
por encontrar um ser tão imaculado.

Os teus olhos respiram ternura.
Tua essência inspira harmonia.
Qualidades de uma pequena criatura,
que engrandecem esta alma cheia de mediania.

E desde aquele segundo, em que fiquei parado,
quando tua mãe te enunciou, em partilha.
Sabia que o meu mundo inacabado,
receberia a mais inexplicável maravilha.

E sinto que nunca estou à altura,
pois recebo mais do que dou. Que agonia!
Mas os efeitos secundários desta loucura,
jamais nos tirarão esta singular sintonia.

Sentes quando me sinto sem pilha.
Pronto a rebentar, qual balão furado.
E imediatamente, me levas para a tua ilha,
onde o tempo para, e o teu amor me põe recuperado.

E amparo-me nessa tua, mui nobre postura,
que já vai mostrando, alguns sinais de cidadania.
Preocupada sempre que a sua lisura,
seja um exemplo, e não uma mania.

És tão doce, querida filha.
Repito-o, para que aqui fique guardado,
a sete chaves, e preso numa anilha,
um amor que julguei ter desperdiçado.

Amo-te, meu doce.
 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Drogaram a natureza


A natureza foi, pela ganância, drogada,
e mesmo assim não abriu os telejornais.
Mas ainda hoje grita, das entranhas violada,
sabendo que não escutamos os seus ais.
Pergunto: o que é preciso mais?
para percebermos que precisa de ser consolada.
Que é urgente assimilarmos seus sinais,
para que vivamos num planeta de forma sustentada.

Cá, neste cantinho, e apesar de tenra idade,
cresci com a expetativa de apreciar cada estação,
agora perco-as de vista, num simples rasgo de velocidade,
com a incerteza de ter um hoje banhado em sol ou em precipitação.
Chuva. Quente. Sol. Frio.  Vivemos simplesmente nesta indecisão,
 de não sabermos como lidar nesta dualidade,
imposta pela insensatez de uma qualquer combinação,
que nos demonstra em agonia toda a sua imprevisibilidade.

Clima tropical, dizem uns. Outros, que é consequência de uma nova era.
Um tempo em que, quem pode e manda, assobia para o ar,
alongando nesse tempo a decisão que a natureza tanto espera,
a decisão de olharem para ela, como se de nossa mãe precisássemos de estimar.
Mas não podemos desistir, e temos de continuar a lutar,
poupando na água ou eliminando os sprays da nossa biosfera.
Devemos preservar a floresta, ou mesmo o lixo reciclar,
atitudes simples que darão à natureza a saúde que outrora tivera.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Dentro da ideia de te amar


Dentro da ideia de te amar,
surge-me a dor mais insuportável,
que alguma vez julguei carregar.
Sensação de um desprezo desagradável.

Dentro da ideia de te amar,
aturei o teu amor mutável.
Clima que acabou por secar,
a água mais limpa e potável.

Dentro da ideia de te amar,
encontrei a minha alma a chorar.
Dentro da ideia de te amar,
a ela voltarei para me encontrar.

Dentro da ideia de te amar,
tropecei num degrau expectável,
que subi, por teu amor desejar,
e desci, por  me sentir desconfortável.

Dentro da ideia de te amar,
alcancei uma paz pacífica e estável,
que se perdeu no teu constante abusar,
de um amor digno e respeitável.

Dentro da ideia de te amar,
encontrei a minha alma a chorar.
Dentro da ideia de te amar,
a ela voltarei para me encontrar.



segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sou assim querida


Sou assim querida,
escrevo,
porque não to posso dizer.
Não tenho tempo.
Não tenho oportunidade.
Sou um mero passatempo,
quando te invade a saudade.
Sou assim querida,
e se o escrevo,
é porque neste fogo não te queres aquecer.

domingo, 3 de junho de 2012

Estou Apaixonado


Estou apaixonado! Será normal?
Apetece-me simplesmente amar.
Entregar-me a ti,
qual tempero a precisar de sal,
e nas ondas do prazer mergulhar.

Estarei apaixonado? Que loucura!
Afinal, a paixão é passageira.
E amanhã?
Será que à falta da tua ternura,
tudo isto será apenas uma brincadeira.
Paixão. É duro lidar com ela,
quando tu és a tal.
Porquê?
Porque há algo em ti de singela,
que me torna num marginal.

Delinquente, me obrigas a ser,
quando te desejo como um fim.
E perco-me,
Na vontade de em teus lábios ser,
o principio do que sinto em mim.

Hoje … Estou Apaixonado!
 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Penso, observando a maresia


Penso, observando a maresia,
encostado ao tronco de uma árvore,
que sendo hoje o dia da Poesia,
me deixes polir teu amor como mármore.

Arte que na sua cortesia,
alisa toda e qualquer imperfeição.
Destreza que na sua teimosia,
me impede de escutar a razão.

E continuo a lembrança a envernizar,
pois escuto meu coração,
em vez dessa razão escutar,
que quer parar,
de em ti querer estar.

Mas a memória continua a empurrar,
esse amor que roça a alienação,
e quando sinto que de ti nada vais dar,
esse amor desejo matar,
para a paz em mim reinar.

É um dar em demasia,
a quem não sabe amar,
e no fim desta travessia,
talvez! te aprendas a dar.

* Dedicado ao dia mundial da Poesia e da Árvore (21/03/2012)