sábado, 27 de abril de 2013

Nas asas do desejo


Ao ver o rasgo dos teus olhos,
fui invadido pela força desse beijo,
que me embarca nas asas do desejo.

Beijo-te, inebriado pelo teu cheiro.
Perfume, que me arrepia a pele.
Que me alicia e que me impele.
Conquistado. Aventuro-me nesse desfiladeiro,
de bálsamos que provocam formigueiro.
Desassossego que se alimenta de um cortejo,
que me embarca nas asas do desejo.

O toque desses lábios, meu amor!
Sonho com eles … o dia inteiro,
num devaneio contido e ordeiro.
No beijo que te beijo sou o autor,
desse momento pintado a calor.
Inibida, libertas-te pelo gracejo,
que me seduz, e embarca nas asas do desejo.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ao raiar do dia


Envolvo-te em mim, ao raiar do dia,
com o aroma dos pinheiros, como perfume.
Um pássaro faz-se notar pela sua acrobacia,
enquanto se esconde no seu verdume.
Encantado, canta-te notas de alegria,
numa balada onde revela o seu ciúme.
A mim, interrompe sempre a melodia,
que tento sussurrar-te num suave volume.

Até os pássaros, mais envergonhados, te desejam amar.
Mulher traçada pelos Deuses da sedução.
As árvores, sobre ti, as sombras ambicionam afastar,
para que o sol mostre ao mundo a beleza da tua feição.
Perto de ti, a vida para e o tempo aprende a descansar.
Cada intervalo de cada segundo, contigo, é uma bênção,
e é na memória desse momento que pretendo aqui registar,
o despertar da mais bela porção do meu, teu, coração.

Tu fazes-me sorrir, chorar, mas acima de tudo ser.
Ser aquilo que sinto que sou, num afeto de cumplicidade.
No silêncio do teu escutar, aprendo sempre que o querer,
poder ser vivido… esquecendo o bramido da ansiedade.
Nada é mais belo que este amor, cristalino no seu nascer.
Do teu, respiro a eternidade na transparência da verdade,
que no meu, me ensina a contemplar este viver,
e a respeitar os princípios desta, imortal, amizade.

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Beco do Teatro


O Beco do Teatro, mora numa esquina,
onde as fachadas se namoram em harmonia.
As suas ruas são o suco da proteína,
que nos adoça a saudade na sua simetria.

Paredes brancas pintam-se de tangerina,
ou de frutas que açucaram a monotonia.
O céu azul confere-lhes a vitrina,
que esta pintura retrata com alegria.

Jovial e iluminada, assim te expões,
sob a forma de uma sublime aguarela.
Num piscar de olho, insinuas ilusões,

enquanto me cativas nessa assobiadela.
E nela, melodias a vida em várias versões,
mostrando ao mundo como ela é bela.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Sem chão


Eu não fiquei sem chão.
Fiquei neste doce sofrer.
Levaste-me o coração,
sem que o venha a perceber.

Mas porque existe a razão?
Porque me trava a felicidade?
Não percebe que esta sensação,
é mais forte que a liberdade.

Quem me dera que esta comunhão,
ultrapassasse as barreiras convencionais.
Que derrubasse os muros da ilusão,
e se aninhasse no fundo dos corais.

Fiquei preso nesse grilhão,
que me invadiu sem pretender.
Amor, que nos coloca nesta situação,
sem nele o podermos viver.

Já não sei se darei vazão,
a tanta paixão, trajada de insanidade.
Querer-te é mais que uma atração.
É um simples beijo de realidade.

Mas por favor, não dês um trambolhão.
Evita tropeçar nesses poços sentimentais.
São abismos que nos fecham na desilusão,
e nos sufocam nos seus braços sensoriais.

Eu sei que te sentes sem chão.
Mas acredita que vamos conseguir vencer.
Em nós, encontraremos a solução,
para eternamente nos arriscarmos a Ser.



quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu sou o teu norte


Eu sou o teu norte,
nessa bússola desmagnetizada.
Tu és o meu forte.
Lugar onde te faço de minha amada.

Juntos, somos o passaporte,
para a tal viagem sonhada.
Jornada, que abençoada pela sorte,
nos levará à paixão anunciada.

Sem ti, não terei a quem dar,
o que a vida só me deu agora.
Em ti, encontro a minha estrela polar,

que me troca hora a hora,
a demência que habita neste lugar,
e que só tu sabes mandar embora.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Tudo isto que estás a sentir


Tudo isto que estás a sentir.
Faz-te, naturalmente, questionar.
São emoções que julgavas não existir,
e que, de repente, te tiram o respirar.

Sentes um aperto dentro do coração,
que te acorda para uma nova realidade.
Um suspiro que te invade de vibração,
e que se manifesta através da verdade.

Grita-te a plenos pulmões,
arrepios sensoriais vestidos de calma.
Sozinha, pretendes estar com os teus botões,
para na tranquilidade, encontrares a tua alma.

Com o silêncio, esperas refletir.
Com o sol, namoras, apanhando ar.
Mas por favor, não te faças desistir,
enquanto nos recordas à beira-mar.

Para mim, tens sido uma visão.
Uma espécie de anjo da felicidade.
Em ti, descobri a satisfação,
de poder expor a minha genuinidade.

Deposita teu amor nos nossos corações,
enquanto te dou em mão, a minha palma.
Nela, sente a espiritualidade das nossas conexões,
através destas linhas que te despertarão a vivalma.

Tudo isto que estás a sentir.
Faz-te, naturalmente, experienciar.
São emoções que não consegues omitir,
porque te invadem de um novo amar.

Tudo isto que estás a sentir.
É a confirmação, de que vale a pena sonhar.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Complexa teia


Teças-me uma complexa teia,
enleada em palavras provocantes.
Nelas, tornas-te a loba desta alcateia,
através dessas danças fugitivas e aliciantes.

Tocas-me. Abraças-me. Cheiras-me subtilmente.
Quando me recebes, inquieta pelo meu chegar.
Beijas-me. Seduzes-me com esse olhar indecente,
de quem me quer tanto, mas tem pavor de se entregar.

Teças-me em ti, mas nem sequer fazes ideia,
das erupções que me provocas naqueles instantes.
Momentos que se perpetuam nesta, una, odisseia,
enquanto nos namoramos ao som de ondas penetrantes.

Com a nossa musa de fundo, meu desejo torna-se ardente.
Não to digo, mas sei que o sentes no teu corpo a entrar.
Por respeito, não to revelo. Contudo, fica ciente,
que esta loucura que me invade, é bizarra e bipolar.

Observo-te. Admiro-te. E deito-te na areia,
de prazer colorida, pela beleza desses olhos meliantes.
Por um segundo, eterno, aprisiono-te nesta intrincada cadeia,
para, egoisticamente, amar-te sem medo dos olhares vigilantes.

É perigoso, mas é delicioso, saborear este amor inconsciente.
Alimentado por uma consciência respeitável e salutar.
Complexa teia, que na poesia, se desenlaça descomplexadamente,
e que na vida real se declara na verdade do olhar.

Complexa teia, que se tornou numa epopeia.


sábado, 13 de abril de 2013

Nas asas do desejo



Ao ver o rasgo dos teus olhos,
fui invadido pela força desse beijo,
que me embarca nas asas do desejo.

Beijo-te, inebriado pelo teu cheiro.
Perfume, que me arrepia a pele.
Que me alicia e que me impele.
Conquistado. Aventuro-me nesse desfiladeiro,
de bálsamos que provocam formigueiro.
Desassossego que se alimenta de um cortejo,
que me embarca nas asas do desejo.

O toque desses lábios, meu amor!
Sonho com eles … o dia inteiro,
num devaneio contido e ordeiro.
No beijo que te beijo sou o autor,
desse momento pintado a calor.
Inibida, libertas-te pelo gracejo,
que me seduz, e embarca nas asas do desejo.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Saudade é isto, e nada mais.



A Saudade é isto, e nada mais.
Só pode! Não há outra explicação.
É ser invadido por sensações, sem as quais,
a vida se envergonha de insatisfação.

É deixar-se levar por sentimentos surreais,
devendo, deles, tirar a devida ilação.
E mesmo que não os tenhamos jamais,
agradecer a sensibilidade da sua invasão.

Tenho saudades tuas, confesso.
Tenho saudades do teu sorriso presente.
E nesta distância, que me vira do avesso,

tento recordar essa boca ardente,
a deixar neste pescoço impresso,
calafrios de um prazer que não mente.


quarta-feira, 10 de abril de 2013

Por debaixo dessa saia


Por debaixo dessa saia,
arrasto-me para o desconhecido.
Dou por mim a acordar numa praia,
desamparado, só e perdido.

Fantasio-te, nua, num impulso,
de te querer, sentir, unicamente, minha.
Dispo-te, num movimento avulso,
e faço de ti a minha Rainha.

Por debaixo dessa saia,
invado-te a privacidade sem alarido.
Ao sentir-te, o meu corpo desmaia,
adormecendo num desejo contido.

Idealizo-me despido deste temor que expulso,
como se em mim, o sentisse como uma adivinha.
Enigma que me prende, mas que repulso,
porque me obriga a perceber que não és minha.

Por debaixo dessa saia,
Sou cowboy e sou bandido.
Aqui, distante. Sou aquele que espera que caia,
nesse colo de prazer, para lhe sentir o tecido.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Ao abraçar o mar...



Hoje! ao abraçar o mar…
Senti-me abraçado por uma sereia.
Abraço que não quero descontextualizar,
deste sentimento tão fino como a areia.
Olhando o horizonte, senti que vale a pena amar,
apesar desta intrínseca e emaranhada teia,
que me prende o desejo de te beijar,
e me faz da estima, a sua plebeia.

Hoje! ao abraçar o amar…
senti-te como nunca, dentro de mim.
Percebi, que só através deste respeitar,
te terei,  por completo, até ao fim.
A espuma das ondas pareciam-me sussurrar,
palavras doces , embrulhadas em cetim.
Afinal, era apenas essa voz de encantar,
que se enlaçava nesta alma de querubim.

Hoje! ao abraçar o mar…
Amei-te sem medo da reprimenda.
Despi-te desse preconceito particular,
e entrelacei-me nesse corpo de renda.
Inspirado por essa, irreverente, luz solar,
que nos alimenta à procura de uma senda.
Seduzi-te com a autenticidade do meu abraçar,
deixando-te só, a interpretar essa aliciante legenda.


sábado, 6 de abril de 2013

Preso nas ondas do teu Adamastor


Na ponta dos dedos,
tens a arte de narrar.
Histórias de outros medos,
que de ti queres expulsar.

Vontades submersas nesse mar,
onde descansam os teus segredos.
Esperanças que gostavas de saborear,
sem receio dos seus enredos.

Aos anjos sussuras o desconhecido,
que gostavas ao mundo de expor.
Ao mar, revelas um sentimento contido,

com temor que seja amor.
Confissões de um desejo sentido,
preso nas ondas do teu adamastor.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Abraço de Amor



Abraças-me com a intensidade,
de um amor que se quer descobrir.
No aperto deixas a saudade,
de um momento que procuro repetir.

Guarda, em ti, o pulsar deste coração.
Distante, mas mais próximo do que supões.
Permite que ele faça parte desta equação,
que iguala a paixão entre as nossas expressões.

Fico mudo desta inquieta surdez,
de não querer ouvir o que te quero dizer.
Perco-me contigo numa nuvem de insensatez,
a fazer amor nas entrelinhas deste escrever.

Abraças-me entre palavras de ansiedade,
e derrubas-me sem nunca me deixar cair.
Levantas-me, sem abandonar a realidade,
com medo de mim não quereres sair.

Despes-me a alma, desnudando-me de emoção,
enquanto alterno entre estas ilusões.
Contigo por perto, deixo de sentir o chão,
e flutuo por entre a brisa das emoções.

Em sonho, sinto-te na paz da nudez.
Nervoso e sem saber o que fazer.
Acordado, imagino-te, sentindo a rudez,
de um gaguejar que não sabe o que mais dizer.

Abraço-te …  num abraço de amor.