quarta-feira, 23 de abril de 2014

A vida apresenta-se


A vida apresenta-se calma, mas fugidia,
enquanto escrevo dentro desta, forçosa, caixa.
Nas suas paredes, observo um branco de abadia,
enquanto te sinto na voz a fadiga da maré baixa.

Escuto-te sem te ouvir uma palavra sequer.
Falo-te sem emitir qualquer tipo de ruído.
Mas sinto… que aquilo que a vida requer,
não é mais, do que um viver, de afetos construído.

Aqui sozinho, não sei o que o hoje me traz,
mas sei, que tudo farei para o ver a sorrir.
Em breve, espero dar-lhe alguma paz,
mas para isso, preciso daqui sair.

Respiro e agradeço por te ter no meu dia a dia,
e de ser, também, uma Alma que não se rebaixa.
Seguro… sigo resiliente nesta estrada luzidia,
e faço do seu todo, o meio, como a minha faixa.

Pela direita, ou por uma esquerda qualquer,
hei de encontrar o cruzamento devido.
Aquele que me desviará para o que o meu Eu quer,
sem se preocupar se o desvio é merecido.

Neste Hoje e neste Agora, aquilo que me apraz,
é sentir dentro de mim, o teu coração a florir.
É ouvir-te dizer: que nem tens ideia do lugar onde estás,
sabendo que sempre lá estarei, para lá do teu existir.

A vida apresenta-se imprevisível, mas bela, tal como ela é.
Que estas palavras desagúem no teu areal, e te elevem o estado da maré.
A vida, talvez, se apresente melhor amanhã. Haja fé.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Metades tripartidas



Hoje, tal como ontem, tive-te por inteiro,
em metades tripartidas pela faca do viver.
Existi. Fui Eu. E consegui ser o primeiro,
por mais que fosse o último no adormecer.

Acordei algures em ti, a tentar entender,
a razão de ser deste teu fiel companheiro.
A alimentar-me da fatia que me faz ver,
para além da solidão de um faroleiro.

Compreendo tudo, nesta sabedoria do nada,
porque, ser e estar, é a minha ambição,
nesta longa e profícua caminhada.

Amanhã! Dar-te-ei, totalmente, a mão,
para que juntos, numa entrega apaixonada,
demoraremos uma eternidade até expurgar a sensação.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Pensamento Pessoal

Quando conseguires escutar os clamores do teu silêncio, estarás pronto para falar ao coração de alguém.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Bolachas de Amizade



Na vida, por vezes, perde-se a verdade,
que residia em nós, ao longo da adolescência.
Aquela pureza do sentimento em saciedade,
por nos revelar como é bom amar na ausência.

Apresente-se ele, ou não, sobre a forma de saudade,
devemos alimentar-nos deste galinhar de carência.
Aprender a saborear a leveza destas bolachas de amizade,
e enchermos com elas a barriga da nossa existência.

Amizade. Amor. Admiração. Tudo sensações singulares,
que os seres humanos se esquecem de viver,
distraídos pela pressa de ocupações capsulares.

A verdade, é que passamos muito tempo a querer ter,
quando na realidade, basta apenas estimulares,
esse coração que em ti reside, desejoso de sentir e oferecer.