Escrita, que escutando as circunstâncias da vida, reflete os meus estados de alma. Escrita Autónima e Ortónima, que utilizo para expulsar a minha loucura interior.
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Alter ego bipolar
Podes ter o seu corpo no acordar,
mas no sonhar a sua alma é minha.
Podes beijar a sua pele a cada deitar,
que ela sem meu toque fica sozinha.
Ela contigo pode ter o hábil conforto
de viver uma tranquilidade controlada.
Mas também viverá no sonho morto
de uma vida intensamente apaixonada.
Linha a linha coserás seu, belo, coração
tendo como agulha o amor dependente.
No nó final desatarás a dor da desilusão
já que o seu adeus foi frio e permanente.
Aceito a derrota com total clarividência
perante a força desse poder angelical.
E viverei na sombra desta impotência
que faz do teu inferno um paraíso banal.
E termino, esta odisseia de amor ermita
agradecendo-lhe pelo acordar do dom
que voltará a dormir para se preservar.
Desisto! Exausto de varrer pela escrita
o pó de um amor que faz da dor o tom
da batuta deste, uno, alter ego bipolar.
Poema oferecido ao meu Amigo Paulo Coutinho para a sua página Espasmos d'Alma.
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