A
tua apatia, empurra-me pela calçada do desespero.
De
pedras húmidas pintada, em agonia, pelo choro do exagero.
Abuso
que em mim, te permiti um dia deixar.
Julgando
que assim, o amor poderia encontrar.
Mas
não passei de um fantoche, um fetiche temporário.
Uma
espécie de deboche, que ao arrepio do desejo tiras do armário.
Talvez
um dia o teu coração de pedra, ao voltar atrás nos anos.
Veja
que a vontade que em ti encerra, foi influenciada por sestros insanos.
Entretanto
partirei, sabendo que fui derrotado pelo medo.
Desgostoso
porque ousei e amei, a tua essência em segredo.
E
se na sombra do horizonte, deslumbrares o meu sequioso e ardente espirito.
Foi
porque não voltei a atravessar a ponte, e o fogo que vivia em nós foi
circunscrito.
De
lá acenar-te-ei em sofrimento, envolvido numa lágrima de saudade.
Oculto
pela distância disfarçarei o sentimento, que sempre te viveu com autenticidade.
E
em silêncio saberei agradecer, tudo o que de ti soubeste partilhar.
E,
se em silêncio saí do teu querer, no silêncio, sei que te voltarei a amar.