terça-feira, 13 de outubro de 2015

À tua espera


Estive aqui minutos sem fim, à tua espera,
e de ti apenas um fugaz e tímido clamor.
Esperei tanto, que quem espera desespera,
que me prostrei na demora do teu calor.

E a esperança findou, como se fosse de cera,
lentamente extinta pelo teu cintilo desertor.
Foi coagida a resignar a um óbvio que contera
demasiada delonga pelo fulgor do teu amor.

Na tua ausência fundi-me com o horizonte
e,  em silêncio, perdoei a tua inóspita evasão
enquanto ainda te adivinho em meu coração.

De luto, por nós, construí uma utópica ponte,
que me permite, pelas palavras, ser o farol
dessa luz que tantos ilumina, abençoado sol.

Fotografia: Paula Gouveia

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