Entregue ao silêncio da exaustão,
fecho os olhos para me esquecer.
Apoio-me no muro da recordação
e descanso as asas deste sofrer.
O mar já não afaga o coração,
e o sol já não o quer aquecer.
Resta-me o sossego da solidão
para carpir o motim do perder.
As asas já não detêm a ligeireza
de me guiar ao chão da verdade.
Porém, hoje tenho esta certeza:
Sou um sem abrigo sem o rio
onde desaguava a liberdade
deste alumiado anjo sombrio.Fotografia: Paula Silveira da Costa
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