terça-feira, 11 de outubro de 2016

Mural prisão



Observo-te rio que desaguarás no mar
e só oiço tristeza a invadir-me o olhar.
Nas tuas ondas vi pessoas serem usadas
num não querer de vontades descartadas.
Vi promessas eternas de um amor em vão
rasgadas no sangue que te escorre na mão.
Porém, ainda adivinho amor nesse coração
por mais que me quede nesta mural prisão.
Os teus braços desaguam neste corpo aflito
por mais que a distância se dispa num grito.
Mas tu não o ouves. Já não queres escutar.
E segues na corrente destinada a olvidar.
As vidas seguirão de saudades ostracizadas
nas vagas das memórias… por ti afogadas.
Enquanto o espírito, esse insarável proscrito,
te osculará num qualquer poema escrito.

Fotografia: Paula Silveira da Costa
 

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