quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Almo


Tu envergonhas-me com a tua sapiência.
De cultura sinto-me pobre quando te leio.
Apreciar tal escrita enriquece a inteligência,
daqueles que como eu poesiam o anseio.


E se em Tróia entrou um cavalo sem freio,
de ti o dom da palavra sai por apetência.
Do mar vem-te um alento que não é alheio
ao sol que me inspira sentires em cadência.

Ando cansado! sem vontade de me expressar,
mas na penumbra não te perco um salmo,
perdendo sim a capacidade de te adjetivar.

Passo, em reflexão, por um período mais calmo,
pela perca de perdas que me "obrigaram" a parar,
na garantia que não deixarei de ser um (teu) almo.

"Almo" - Nuno Freitas.

Resposta ao desafio poético do meu amigo Paulo Coutinho.

Volta …!
Já fazes falta, na minha leitura,
das tuas rimas, tenho saudade,
na ampliação da minha cultura,
sê solidário, e faz-me a vontade.


Trovas sonantes, dadivosa poesia,
palavras sóbrias na ponta da pena.
Não partilhares essa arte, é heresia,
é imaginar Tróia, sem a sua Helena.

Deixa brotar desse espírito cansado,
a verve em catadupa, o ledor regracia,
não deixes na bruma, o nobre passado,
tira-nos, desta triste e vil, mediocracia.

Versos banais, qualquer um conquista,
de poetas, está o globo bastante pejado,
diverge um génio de um instrumentista,
como um banal vate, de um sábio cansado.

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