terça-feira, 5 de abril de 2016

Desdobra a mente



Ambulo, constantemente, de luvas postas
para não deixar quaisquer impressões digitais.
Nelas… apreendo o peso da Vida às costas
suportando, em dor, nossas almas surreais.

Resisto, na procura das corretas respostas,
forçando a palma à desconfiança dos demais.
Das suas trepidezes faço-as de supostas,
e foco-me nas nossas memórias intemporais.

As dores, minhas, bloquearam-me o escrever.
Mas descobri que quem depende não sente
a exaltação deste sentir único que é o Viver.

E sustento-nos, nesta imagem que não mente,
aguardando que o tempo te mostre que o Ser
é aquele que perdoa e desdobra a mente.

Fotografia: Paula Silveira Costa

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