quinta-feira, 12 de maio de 2016

Há dias assim


O sonho é a futilidade do limiar
para o abismo do subconsciente.
É uma nuvem na solidão do mar
que vagueia no silêncio da mente.

Sem sol, deixei de querer sonhar
neste lugar nebuloso e abstinente.
Inerte! cheiro a brisa do tempo passar
embriagando a alma num olhar ausente.

Mas estes são os dias em que se cresce.
Os dias que transparecem a dor do fim
num momento que nos isola e adoece.

Dias que deves dizer à vida que estás afim
e na gratidão desse amor que não desvanece
exarar no pontão da memória: Há dias assim.



Fotografia: Paula Silveira Costa

Sem comentários:

Enviar um comentário