quinta-feira, 19 de maio de 2016

Perfeito vazio



Os dias passam e nunca mais vejo,
O dia em que me irei ver livre de ti.
Sinto-te repulsa apesar do despejo
que, de ti, dou à mente, aqui ou ali.

E se no cansaço, te alento no bocejo,
na união de um nós uno, eu te aboli.
Resignado! Vivo para além do desejo
e fortaleço o Ser que me colocou aqui.

E se o mal vem da genética que herdas
deve ser triste viver nesse perfeito vazio,
déspota, que nos causou tantas perdas.

Cego, nesse tão teu galopante fastio,
acabas por não passar de um merdas,
seu neoplasma asqueroso e doentio.


Fotografia: Paula Silveira Costa

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