quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Uma inteira metade

A minha alma é uma inteira metade.
Metade sombria. Metade iluminada.
Sozinho, subo os degraus da saudade,
sentindo a tua, no pretérito do nada.

No final permanecerá a sincronicidade
de um olhar abandonado pela escada
que no varão nos indica que a liberdade
é uma incompleta e impiedosa charada.

Sem saberes viras costas enquanto eu
paro o tempo e, escuso, contemplo-te.
Em silêncio roubo-te o poema ao céu

e nesta escrita quimérica … beijo-te,
terminando o ensejo com o apogeu
de ouvir os teus lábios dizer: Amo-te.

Fotografia: Paula Silveira da Costa

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