terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pelas ondas do nosso mar


Fico cego quando te ouso desafiar,
chorando pingos de desconforto.
Nos óculos escuros procuro refugiar,
um olhar, pela tua luz, completamente absorto.

Sinto que pouco poderei fazer,
nesta nossa, inconstante, relação.
Minha pele insistes em desfazer,
sempre que, até ti, chega o verão.

Insistes, meu corpo maltratar,
como se fosse uma espécie de desporto.
Minha mente, teu brilho natural, faz revigorar,
trazendo ao meu interior, algum conforto.

E é esta dualidade, que tento compreender,
sempre que te vejo a partir sem razão.
Altura que, de ti, mais sinto prazer.
Ansioso por, contigo, banhar-me na ilusão.

Um dia esta ambiguidade irá terminar,
e teu calor, desejarei, jazendo morto,
sem poder contemplar tua visão.
Em paz, pelas ondas do nosso mar,
navegarei, como um barco quando chega ao porto,
liberto das angústias desta prisão.

Por mais que isto te possa parecer banal,
não sei viver sem ti, minha estrela central.


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