terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tanta coisa ...



O teu fulgor finda com a mesma rapidez.
que a bala quando trespassa o muro,
que a luz quando se desliga o interruptor.
Entra de rompante, mas vai perdendo a rigidez,
escondendo-se nesse local frio e escuro,
que aos poucos se perde do verdadeiro amor.

Tanta coisa que me apetece escrever,
e que a minha boca insiste em calar.
Mas se escutares o silêncio do meu olhar,
verás que ele acabará por revelar,
palavras que sinto, mas que não consigo prever.

Teu coração insiste, intermitentemente,
em viver numa montanha russa de vontades,
em querer, não querendo, sentir o mistério do luar.
Mas vives, nas palavras de um desejo aparente,
que de dia se desdobra em inquietas saudades,
para de noite esquecer o que viveu à luz solar.

Tanta coisa que, de ti, fico sem saber,
quando, de mim, te vejo resvalar.
Segundos de minutos que gostava de adivinhar,
nas horas que antecedem o teu gelar,
e me fazem perder dias para te tentar perceber.

Tanta coisa que teus gestos indicam,
e que teu corpo gosta de insinuar.
Gestos que meus olhos amplificam,
na ânsia de nele meu amor dissipar.

Tanta coisa que me tira o sonhar,
quando a ti te entrego o comando
desta narrativa que desejo encerrar.

Tanta coisa que por ti me fez rastejar,
na esperança do teu verdadeiro eu encontrar.

Tanta coisa que de ti quis amar.

Tanta coisa …


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