terça-feira, 27 de novembro de 2012

Anjo Negro


O teu olhar de avelã é sensual.
É um diamante de um brilho angelical.
É a corrente de um rio que acalenta a esperança,
de no seu desaguar mergulhar no amor,
que refeito de uma outrora saborosa dor,
soube na sua força encontrar a bonança.

Teus lábios sugerem uma suave loucura,
que encanta e adormece a tortura,
de quem neles se quer perder.
Teu rosto descreve a beleza,
através desses traços de delicadeza,
que o melhor poeta não saberia descrever.

Pertences ao último degrau de uma hierarquia,
que nos protege de noite e dia,
através dos seus poderes sobrenaturais.
Tua aura é de alguém que ama.
És feita de luz e de chama.
És a mensageira dos mortais.

Divindade de olhar doce e terno,
capaz de levar qualquer um ao inferno,
num simples gesto assertivo.
Tua lividez de calor protector,
protegida por esse sorriso libertador,
aprisiona a alma do meu observar contemplativo.

És a musa que a fantasia traz,
naquele que não é capaz,
de te sentir sem ser a sonhar.
És a melodia que me vem à cabeça,
fazendo que da dor me esqueça,
e que no amor volte a acreditar.

Porque voltas, Anjo Negro, da perdição?
Porque voltas para quebrar meu coração.
Este coração frágil e perdido na recorrência.
Tua aparição tem um poder devastador.
Tua mensagem tem um conteúdo perturbador,
e que me entrega de novo à demência.

Quem me dera ser querubim,
para pôr termo a esta dor sem fim,
de te querer para além da vida.
E aí estaria eu no cume,
e de ti faria lume,
para me iluminar a saída.

Porque voltas, Anjo Negro, da perdição?
Porque te deixo manietar o meu coração.


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