sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Como algo tão lento pode ser tão rápido



A última vez que o partilhei,
estava feliz por o entregar,
a alguém em que me amparei,
e que ao escutar, valor à vida soube dar.

A beleza da sua passagem,
só rivalizava com a vista do mar,
que as janelas daquela miragem,
ofereciam ao meu gracejar.

E naquele tom plácido,
com que gosta de conversar,
disse, inspirando a minha caneta,
como algo tão lento pode ser tão rápido.
Falando da sua ampulheta,
que na mesa observava o tempo a passar.

Do tempo falo, porém ainda não sei,
como, em mim, o aprenderei a controlar.
O que sei é que com ela, para lá caminharei,
ouvindo no seu tempo, lições que procuro interiorizar.

E um dia, em vida, espero prestar-lhe homenagem,
daquilo que, continuamente, insiste em me ensinar.
E que esse relógio de areia, seja a última imagem,
que veja, quando o meu livro deixar de desfolhar.


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