segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Escrevo-te, expondo-me.


Voltei, querida!
Nem sabes como tive saudades tuas.
De te olhar no vazio da minha ansiedade.
Porém, tive de tirar férias desta vida,
que me andava a partir a alegria em duas
metades, de um todo que precisava da insularidade.

A verdade, é que não me importava de lá voltar.
Sonhando, à sombra, sentado no meu banco.
Sem relógio no pulso, para não sentir o tempo passar,
e sentir aqueles banhos de brisa, que apanhavam o sol de flanco.

Voltei, querida!
Não imaginas como me custou viver-te num filme mudo.
Falar para ti e ouvir-te em mim, sem escutar um único som.
Sentir-te a chamar-me a atenção, com essa voz que valida,
e que acalma emoções que guardo desde miúdo,
e que nunca se perde no espaço nem se perde no tom.

Confesso. Custou querer-te, ter-te por perto e não te poder tocar.
No fundo viver um desejo que se perde num solavanco.
Mas hoje, volto a nós, e sem medo de a ti me entregar,
escrevo-te, expondo-me, minha querida folha em branco.


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