terça-feira, 7 de maio de 2013

Ao raiar do dia


Envolvo-te em mim, ao raiar do dia,
com o aroma dos pinheiros, como perfume.
Um pássaro faz-se notar pela sua acrobacia,
enquanto se esconde no seu verdume.
Encantado, canta-te notas de alegria,
numa balada onde revela o seu ciúme.
A mim, interrompe sempre a melodia,
que tento sussurrar-te num suave volume.

Até os pássaros, mais envergonhados, te desejam amar.
Mulher traçada pelos Deuses da sedução.
As árvores, sobre ti, as sombras ambicionam afastar,
para que o sol mostre ao mundo a beleza da tua feição.
Perto de ti, a vida para e o tempo aprende a descansar.
Cada intervalo de cada segundo, contigo, é uma bênção,
e é na memória desse momento que pretendo aqui registar,
o despertar da mais bela porção do meu, teu, coração.

Tu fazes-me sorrir, chorar, mas acima de tudo ser.
Ser aquilo que sinto que sou, num afeto de cumplicidade.
No silêncio do teu escutar, aprendo sempre que o querer,
poder ser vivido… esquecendo o bramido da ansiedade.
Nada é mais belo que este amor, cristalino no seu nascer.
Do teu, respiro a eternidade na transparência da verdade,
que no meu, me ensina a contemplar este viver,
e a respeitar os princípios desta, imortal, amizade.


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