sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sepulto esta dor


Sepulto esta dor que me faz chorar,
pela ausência que sinto da tua presença.
Num lágrima, ressuscito a imagem
que pretendo, para sempre, emoldurar.
Resistente a tremores de descrença,
e à falta de chão em cada aterragem.

Quando em ti irrompo, sinto-me a voar,
nas asas da magia, da bênção, da nascença.      
Sinto que, sem ti, perco a engrenagem,
que me liga à máquina que me produz o sonhar.
Teu sorriso é a única cura para a minha doença.
O único antídoto para esta paixão selvagem.

Sepulto, por hoje, esta dor que me faz vacilar,
perante a depressão e a convalescença,
e que me tira ao humor toda a sua voltagem.
Sepulto, porque sei que irei teus olhos beijar,
e neles ditar-te em palavras, esta malquerença,
de nunca te poder amar, para além dessa portagem.

Barreira, que nos impede de imputar
ao amor, a sua verdadeira omnipresença,
nesta estrada que proíbe a ultrapassagem.
Caminho que, juntos, resolvemos caminhar,
e que se na loucura ganha vantagem,
na realidade, apresenta-nos a sua sentença.

Sepulto esta dor.
Ansioso pelo teu amor.


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