quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Raízes queimadas


Tombei. Não resisti às queimaduras.
Por ti, tanto, lutei mas não foi suficiente.
Dei-te respirar, em vez de amarguras,
quando o ar se tornou pesado ou ausente.

Caí, pelo cansaço, numa dispneia fluente.
Da Vida… guardarei as memórias puras,
apesar da tristeza perpétua mas indulgente,
de sucumbir num tapete de pedras duras.

Dei sombra ao amor numa história por acabar.
Guardei segredos d’almas desaproveitadas.
Através da seiva, clamei em silêncio pelo teu amar,

mas protegi-te sempre das tormentas inesperadas.
Hoje! Nada sou. Pois ao consentires que me tirassem o ar,
desfaleci, chorando, nos poros destas raízes queimadas.

Fotografia - Ana Cristina Azevedo

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