Por
um pedaço de pão,
adormecem
crianças a sonhar.
Pequena
sendo, a palma da sua mão.
Enorme
será, o pouco que lá pousar.
Por
um pedaço de pão,
seus
olhos suplicam de dor.
Imagem
que aterroriza o coração,
de
quem ainda sente, pelo próximo, amor.
Por
um pedaço de pão,
no
meu País existem seres humanos a mendigar.
Revoltante,
esta forma de privação,
com
tanta riqueza passível de partilhar.
Por
um pedaço de pão,
sente-se
a desgraça de um por favor.
Constrangimento
oculto na solidão,
de
uma fome, que se revela com pudor.
Por
um pedaço de pão,
milhares
acordam na ambiguidade,
de
querer sair desta ilusão.
E
se uns invocam, sem sentir, a solidariedade.
Outros
experimentam na ausência da sua razão,
dissabores,
apenas, alimentados de crueldade.
Por
um pedaço de pão?
Como
posso eu não me revoltar,
contra
o estado desta nação.
Por
um pedaço de pão!
Não
posso minha angústia calar,
quando
penso nessa simples porção.
Por
um pedaço de pão,
acredito
que haja muita gente a chorar.
Gente
digna que merece mais atenção,
daqueles
cuja profissão é governar.
Por
um pedaço de pão,
acordam
idosos na carência do seu saborear.
Por
um pedaço de pão.
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