terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Adormeci aqui


Tenho tantas saudades tuas.
Tantas que te fotografei duas luas.
Diz uma lenda que o sol e a lua
sempre foram muito apaixonados,
mas que não podiam ficar juntos.
Pois a lua, uma das que agora é tua,
só nascia quando o sol adormecia.
Mas Deus ao vê-los desencontrados,
decidiu no meio dos seus assuntos,
pensar numa solução que os uniria,
e juntou esse amor na beleza de um eclipse.
Para que assim todo o mundo visse,
que o amor puro pode existir,
por mais que o tentem dividir.
O amor existe e existirá em nós.
E se algum dia me falhar a voz,
escrever-te-ei através da fotografia,
o que a minha alma guardou um dia.
A distância permite a saudade,
mas nunca o esquecimento.
E por isso, te a relembro na verdade,
daquele que é o mais puro sentimento.
Sabes… partiste demasiado cedo,
mas deixaste em mim um rochedo,
que resiste a qualquer tipo de erosão.
Tão cedo que levaste de mim o medo
da morte que residia neste coração.
Mas partiste, e em mim ficou a recordação,
dos momentos que a vida, numa vida, me deu,
e que eu revivo, quando só, encontro o meu Eu.
Porém, pressentindo que um dia te reencontrarei,
digo-te que sei que o meu amor viverá sempre em ti.
Certeza ancorada nas palavras deste livro que encontrei.
Palavras que o meu coração ouvirá do teu,
quando no próximo eclipse olhar para o céu,
e na brisa daquele momento uno… escutar: adormeci aqui.

Fotografia: Paula Gouveia

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