quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Não Desistas


Penso em ti, frágil, nessa alma prisioneira,
amparada por esse corpo adormecido.
A tua face deve revelar uma máscara ligeira,
enquanto te sorris num olhar presente e dorido.

Sei que te sentes dentro de uma ratoeira,
onde até esse sorriso se sente comedido.
Mas não desistas, por mais que a Vida te queira
Levar antes do teu dever cumprido.

Combate esse tempo, com a tua vontade.
Luta contra esse néscio que te mina o interior,
e que não te permite viver em liberdade.
Faz da força dos que te vivem o teu adamastor.
E sente na determinação dessa, só tua, tempestade,
a coragem que precisas para lhes dares o teu amor.

Bem sei que daqui, sinto algo bem diferente,
dessas dores que tanto te atormentam o espírito.
Sei que não sei o que se passa nessa mente,
mas escrevo-te para que não desistas do conflito.

Mas não desistas. Nunca desistas deste infinito,
por mais que, por momentos, o trates sem prioridade.
Agarra-te ao Amor dos Teus e sente como ele é bonito.
Mas não desistas. E escrevo-te nesta sentida apelabilidade,
para que não esmoreças e sintas este abraço escrito.

Por favor, Não Desistas.

*Dedicado aos meus e aos vossos que de forma estóica lutam contra a doença.

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