domingo, 25 de março de 2012

Escrevo-te Pai


Escrevo-te Pai, para te agradecer,
querendo que a saúde teu corpo invada.
E no refúgio do meu escrever,
disfarço a vergonha da palavra falada.

Escrevo-te Pai, para te envaidecer,
Homem terno que a mim me fez.
Quero que saibas que o teu saber,
tem sido escutado na minha mudez.

Escrevo-te Pai, porque um dia hás de chegar,
ao teu pedaço de céu.
Terra com aquela vista para o mar,
que apenas em sonho te apareceu.

Silêncio que me ensinou crescer,
nos nervos da tua alma mal-amada,
resquícios que a minha se impõe perder,
para do teu melhor ser ensinada.

E agradeço-te por assim te dispores a ser,
genuíno e meigo, e que de quando em vez,
pela loucura se deixa absorver,
caindo no poço da altivez.

Escrevo-te Pai, porque mereces ficar,
cravado na doçura de um poema só teu.
Pois foi no sentir do teu amar,
que descubro quem na verdade sou eu.

Escrevo-te Pai, porque te amo …



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