segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Nos acordes de um destino


É no agora que vives a vida.
Aquela que se apagará num segundo,
antes da viagem sensorial pelo teu mundo.
Aquela que pelos teus deve ser respeitada,
se decidires dar a esta, vida, uma chicotada.
Dor profunda silenciada.
Harmonia ameaçada pelo rastilho.
Desejo eterno de um dia ser amada,
pela essência e não pelo trilho.
Vontade de finalmente seres vivida.
Na plenitude de um amor puro,
livre da clareza desse escuro,
que te impede de viver o Teu futuro.

Porque te sujeitas a tanto?
Se o Amor finalmente te encontrou.
Porque te sujeitas a esse pranto?
De respeitar a quem o respeito te ocultou.
Porque me sujeito Eu a tanto?
Porque me amas por aquilo que sou.

É no agora que vives a vida.
Aquela que te deram o condão de habitar,
nos acordes de um destino que se quer alterar.
Aquela que apenas tu podes dirigir,
sob a batuta de um amor que não desistirá de te cobrir.
Manto bordado a ternura.
Música cantada em segredo.
Nas pontas dos meus dedos descrevo a loucura,
nas grainhas que se escondem no interior do medo.
Liberta  essa existência contida.
Rasga do corpo os pontos dessa cicatriz.
Escuta o coração e segue o que ele te diz,
pois nunca é tarde para voltares a ser feliz.

Porque te sujeitas a tanto?
Se o Amor finalmente te encontrou.
Porque te sujeitas a esse pranto?
De respeitar a quem o respeito te ocultou.
Porque me sujeito Eu a tanto?
Porque me amas por aquilo que sou.

Não te sujeites mais.
Não te sujeites jamais.
Não mereces viver sob pressão.
Não te sujeites, por favor,
a não ser apenas ao amor,
que te escrevo nesta canção.

Fotografia: Paula Gouveia

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