quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Guardo recordações sem fim


Guardo no passar das estações,
conversas reveladas em segredo.
Faces coladas, no colo de corações,
que na força do amor viveram sem medo.

Guardo agora esta saudade que não se explica,
de sentir no peso dessas memórias… o amor.
De lhes sentir a alma num carinho que por aqui fica,
e que nem a passagem do tempo lhe tirará o fulgor.

Guardo nas minhas diárias contemplações,
sentires, únicos, escondidos debaixo do arvoredo.
Momentos aprisionados às suas próprias expressões,
e que condenam quem os abriga no seu, eterno, degredo.

Guardo recordações sem fim num tempo que replica,
um sentido de complacência que me pincela de côr,
a tristeza do preto e branco que de um estar suplica,
mas que percebe como esse tempo é manipulador. 

Guardo recordações sem fim,
mas não passo de um mero banco de jardim.

Fotografia: Paula Gouveia

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