quinta-feira, 5 de julho de 2012

Não queres, não vás


Não queres, não vás,
dizes-me tu irritada.
E pergunto-me quando irás,
a ser tu, a mal amada.
Recebeste de mão beijada,
um amor envolto em paz.
Transformaste-o à bastonada,
numa dor, de afetos, voraz.

O pior, é que desconfio se valerás,
apena, depois de tanta cacetada.
Começo a acreditar que nunca serás,
a tal, a dona da minha almofada.
Como podes ser tão inusitada,
quando me desejas e a entrega te apraz,
se és tão vulgar, quando numa facada,
esse desejo matas, quando o desejas ver por trás.

Não queres, não vás.
Expelias, evidenciando na calada,
a tua verdadeira vontade. Zás!!!
Essa que num ápice é devorada.
Esquecida. Num canto abandonada.
Por uma alma que se envergonha do que faz.
Por uma alma que se vive, atormentada,
por se mentir, e de me amar, não ser capaz.


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