terça-feira, 3 de julho de 2012

Vontade silenciosa de uma partilha uniforme


Num salto quântico,
entre um post no facebook,
e um filme no Hollywood,
aterrei no teu corpo de seda,
e incendiei-o com uma labareda,
de um fogo, freneticamente, tântrico.

Despi-te a blusa, no meio de um sorriso,
tímido, mas inquieto naquele momento,
despertado sem aviso nem argumento.
Ao meu toque, relaxavas com prazer,
massajada pela vontade de me ter,
e de entregares teu corpo ao improviso.

Escuto a vontade ...

De repente, libertaste-o do stress,
dominando-o pelo pescoço,
e mergulhando-o no fundo do poço.
Sentas-te em mim, qual dominadora,
mostrando uma personagem provocadora,
que quer sair de um livro do Herman Hesse.

Qual Sidarta, na sua busca pelo autoconhecimento,
também tu, te vais encontrando no caminho,
mesmo que o percorras serena e devagarinho.
Distraio-me na voz dos atores que dão no nosso canal,
não me apercebendo que eu sou o ator principal,
distraído novamente pelo barulho do vento.

Lá fora, escuto os gritos desse senhor revoltado,
enquanto regresso, ao teu corpo de menina, mulher,
no mesmo segundo, que acabei de perder.
Perdido acabo por ficar eu,
enquanto me vais mostrando o céu,
num balanço, de umas nádegas, apaixonado.

Vontade que se torna silenciosa ...

E o paraíso, pede que o alimente,
enquanto trocamos de liderança,
passando eu a comandar a dança.
Debruçando-te, beijo-te o peito,
enquanto te afagas no nosso leito,
desejosa por me sentir novamente.

Amamo-nos, sem nos apercebermos do fim.
Mascarado nas caretas do deleite,
esperando um papel que o enfeite.
Olhamo-nos, invadidos por um tremor de terra,
que num clique, nosso momento encerra,
mas que de novo te trouxe até mim.

Encontrei ... a vontade silenciosa de uma partilha uniforme.


Sem comentários:

Enviar um comentário