quinta-feira, 19 de abril de 2012

Deixemo-nos


Deixemo-nos de não sentir.
Conselho sentido, lido, num exercício de reflexão,
que nos alerta para o facilitismo de fugir,
deixando a nossa vida voar, num simples abrir de mão.
Deixemo-nos, acrescento, de no materialismo nos consumir,
como se no ter, se edificasse a expansão,
como se a nossa vida se baseasse no construir,
dos princípios de um Eu em ascensão.

Deixemo-nos pois, de apenas assistir,
a decisões estéreis de quem comanda a nação,
e lutemos por procurar resistir,
a medidas de uma austeridade cega de incompreensão.
Deixemo-nos por isso de nos mentir,
quando o hoje é vivido sem paixão,
quando julgamos no passado existir,
sem agarrarmos a vida com determinação.

Deixemo-nos nas invejas fúteis competir,
pela vida que o outro tem, pois então,
lugar comum de uma cobiça que a fingir,
se infiltra num caráter em formação.
Deixemo-nos e passemos a permitir,
o Nós como motor da civilização,
e em comunidade acabemos por compartir,
ajudando o próximo como o nosso irmão.

Deixemo-nos de não sentir, amor, carinho e emoção.
Deixemo-nos apenas sentir, que o amanhã será mais que uma ilusão …


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