terça-feira, 17 de abril de 2012

E quando menos espero, encontro-te


Acordo, e tomo aquele banho ao acordar.
Gotas de água percorrem meu corpo adormecido,
num sonho que teima em não se evaporar,
no calor que vejo as paredes namorar.
E procuro-te … mas não te descubro.
Serão as névoas que encontro com o olhar,
que te encobrem nesse sonho vivido,
ou será a minha mente cansada de procurar,
o que tu insistes em esconder e não me dar.
Mas continuo, e com espuma me cubro.
Esperando nesse gesto despertar,
um orgulho cada vez mais ferido.
A mágoa que insiste em mim morar,
sem preconceitos da renda não pagar.
E quando menos espero, encontro-te, ao rubro,
num grito que meu coração resolve enviar.
Berro exclamado por um amor estremecido,
que num matinal banho de despertar,
se lava da dor que na noite quis sonhar.
Descoberta que me afligiu e que encubro,
num sentimento de profundo pesar.
Segredo que não posso revelar,
àquele eu que em mim vive escondido.
Mistério que o abismo vai-me ensinar,
a dar valor ao verdadeiro amar.


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