quarta-feira, 16 de maio de 2012

A saudade é fodida


A saudade é fodida,
e esta é a lição que levo desta vida.
Perdoem-me a linguagem,
mas se até o Manuel João Vieira,
ao cantar de forma brejeira,
não deixa de ter a sua música ouvida,
porque razão irei eu estragar a minha imagem.

A saudade é fodida,
pois é de ilusões mantida,
e suportada na força da coragem.
Começa numa simples brincadeira,
que nos obriga a sentar naquela cadeira,
que à dor e à exposição nos convida.
É uma mágoa que nos faz chantagem.

A saudade é fodida.
Logo, impede que a paixão progrida,
naqueles que se perdem nesta viagem.
E que ao pararem à primeira passadeira,
imaginam-se amados à cabeceira,
daquela alma por eles despida,
sonhando viverem nessa filmagem.

A saudade é fodida,
porque nunca se dá por vencida,
apoiando-se na reciclagem,
de um amor que à sua maneira,
vai fervendo na sua caldeira,
sentidos que não têm saída.
É um pesar de feitio selvagem.


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